terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Desfecho monumental

Você não vale a pena
E nem todos os poemas
Que um dia já lhe escrevi
Você não vale a ternura
que lhe concedi
E nem o esplêndido
par de olhos verdes que tem
Você só serviu pra me testar
Me confirmar que eu posso sim,
transformar um qualquer, em poesia
Você é mais um homem
que irradia vaidade
na vida noturna da cidade
Enquanto os desejos não dormem
Você ri e dança
e inspira coisas espicaçadoras
Você não quer ninguém
Ninguém nunca ficará sabendo
Até chorar uma enchente
Até bater com o dedo na quina mais próxima
E se dar conta
que escreveu um semestre inteiro
por um monumento vil.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Ao meu amor da adolescência

Há muito não escrevia
sobre você
Depois de tudo o que senti
e me fez doer
Você foi meu,
como eu tanto quis
Meu último domingo
foi o mais lindo
até hoje
É engraçada
a maneira como nos enrolamos
e a vida nos desenrola
Você
vestido com a minha cor preferida
A cor do céu
Você é muito mais
do que julguei inventar
em quase uma década
Você é fogo e ternura
Você ressuscitou
tudo o que senti naqueles anos
de ingenuidade
Mas desta vez com leveza
Eu fui sua
Você completamente meu
Não sei
o que você sentiu
Talvez não se repita
nunca mais
Mas valeu a pena
Todas as frustrações
e cartas rasgadas
Você foi meu
e eu voltei a ser minha
Obrigada,
por todos os beijos
que esperei por anos
E pelo eterno frio na barriga
Eu lhe toquei
com a ânsia de quem sabe
que a noite vai acabar
Eu tirei a sua roupa
Com o receio
de toda aquela paixão voltar
Te senti em mim
Como se fosse possível
reviver a loucura
dos últimos oito anos
Obrigada,
você é mesmo inesquecível.


Eu te amo.