domingo, 30 de setembro de 2012

Fique na minha sombra...

Ele não sabia, só sentia. Eu também.
Até que tudo para de funcionar, e ele não volta mais.
Porque ele não foi feito pra suportar a dor que ele não inventa. 
Ele acha que eu escrevo demaisobre ele...
Mas vem aqui para ler o que eu tenho a dizer.
Ele se sente morto por ser a causa de tudo.
E por não fazer nada.
Ele amaldiçoa sua incompetência por não saber se esconder direito.
Ele briga comigo, por eu usá-lo.
Como personagem.
Quer que eu abençoe suas escolhas e seja uma boa amiga.
E acene da janela para o amor que eu ainda não terminei de sentir.





sábado, 29 de setembro de 2012

Antes de amanhecer

Esperando chover, esperando esquecer que hoje descobri que é fácil me deixar levar. O inusitado sempre me ganha, e eu só queria perder o rumo em meio a qualquer conversa que não me fizesse hesitar. Não hesitei, me perdi. Foi bom, mas o dia acordou. Perguntas ficam no ar, não há respostas para sentenças no escuro. Depois de hoje, talvez eu nunca mais pense nisso, mas agora o emaranhado de sensações pesam dentro de mim. Mas é impagável sentir alivio. Pois estar seguindo em frente reconforta. E esse pode ser mais um dos poucos (talvez escassos) homens, que me roubou elogios imediatos... Não quero amesquinhar o que aconteceu, ou o que não aconteceu. Mas nessa vida e adiante, não serei tão mais fiel para com a minha falsa discrição. Não quero ter de ser sempre a impetuosa, por falta de papel melhor... Impetuosidade não combina com minhas exatidões catastróficas. E minhas vontades não precisam deixar de ser sopros de vento, só porque eu me desatei da coragem. Ele é um cara que serviria para ser minha nova obsessão, a mais bonita. Acho que ele mereceria minha vida literária. 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Deuses de carne e osso

Eu gosto dele, nem o conheço. Mas sei o bastante. Ele tem tanta graça. Tem olhos verdes impertinentes, que ainda consumirão minha sanidade. Suas feições aparentemente provincianas, não de uma forma pejorativa... Mas de maneira que revela pureza. Ele nem é tão puro assim, ele transborda audácia. Ele pode ser encantador quando quer (e sempre quer). Me roubando a decência. Sinto que os melhores beijos são dele, ousadia a minha... Nunca o toquei. Também não há nada de taciturno nele, ele sem saber convida todos ao seu redor a serem felizes. Como não querer um homem que carrega aquele sorriso nobre? Passa o tempo, passa os anos e a vontade que eu tenho é a mesma. Vontade dele. Por que não ele?
Com palavras que ele conhece bem... ''Me põe em combustão, me tira do chão...''

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Lá fora a lua irradia a glória.

Mapeei seus complexos no intuito de te conhecer melhor
Vendei meus olhos para enxergar as boas coisas, teus bons detalhes
Sei que fui turista no teu coração, mas a vida sempre se desfaz
Eu nessa pira de reescrever o mundo, te escrevi nas paredes do meu quarto
Te escrevi nos ares. Te provei no concreto, te provei com sabor de vento
Eu te quis pra mim, pra nós. No absoluto da vontade, no desespero do intocável
Pelo amor que não foi pouco... É saudável dizer adeus.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mas não digo que não me surpreendi...

Nele eu enxergava minha diretriz na vida. A tolice não foi pouca, hoje sou a garota dos sentimentos quebrados. O insensato me parecia deslumbrante naquele momento, eu entendia que ele significava meu mundo. E não fazia diferença para ninguém. Eu me flagro ainda escrevendo as mesmas coisas... ele tinha predileção pela distância. Acho que por comodidade, nunca soube. Todos queriam que eu ficasse de fora, mas de fora da minha vida? Ele tinha medo, tudo bem... sabia que eu o procuraria a cada manhã. Pra falar do que eu não sabia, e do que ele não entendia. Naquela época, o seu desinteresse, era a chama que fazia tudo arder lindamente dentro de mim. Eu tive sorte de fazer ele me notar, mas cadê a sorte agora? Sorte esfarrapada, jogada do destino, acaso difuso. Ninguém quer saber. O cara que abrigava uma falsa ingenuidade, proferiu com gosto palavras cortantes para me ver longe. Ele se foi para longe também. Ele quis fugir para encontrar o seu lado adulto. As redondezas dessa cidade terrivelmente esqueceram-se dele. Estou no mesmo caminho. Livre arbítrio é o que me tornou tão tangível. 

domingo, 16 de setembro de 2012

Era inteira na mentira que eu dizia

Se quiser eu o convenço a fazer parte do meu céu estrelado... ele sabe que ilumina. Já quebrei a cara tantas vezes. Quebrar os pratos nunca foi problema, meu medo é quebrar o salto. É sempre igual. Ele é minha vaidade literária. Dentro de uma casinha com cerca branca, na cama desarrumada, no sofá pequeno para nós dois... Na espera na janela, na ânsia de o telefone tocar. Ele também gosta desse nosso amor indiscutível. Sem rótulos e promessas. Somos parte abstrata do subentendido. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Time after time

Os tempos primaveris aproximam-se, a vida pede cautela. Eu continuo cultivando minha gentileza discreta por homens com barba por fazer e mãos bonitas. Nada, nunca, fica no lugar. Invado livros pelo gosto das páginas com cheiro de passado. 
- Ele não vem... 
- Quem? 
- O alguém pra me mudar.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Ele não é daqui, mas fala a minha língua.

Naquela plateia viva dentro da escuridão... Interpretando impecavelmente seus personagens internos. Ele foi notado mais além, por mim. Pele levemente pálida, olhar que anunciava um misto de prazer e orgulho de si mesmo. Pois ele sabia o que estava fazendo. Eu gosto disso. Gostei da sensação de ter me perdido na sua atuação. Estonteante pensar que naquela noite de quarta-feira, ele foi o mais bonito homem que avistei durante tempos. Descobri seus diversos nomes, Rodrigo foi o mais bonito. Mesmo que ele não tenha cara de Rodrigo. Menino insaciável perante aos seus ávidos personagens. Minha atenção foi toda sua, e poderia ser... sempre. Ele era um, as vozes eram tantas. Ele me prendeu até o fim do espetáculo, eu queria o prender em minha vida. Nunca mais voltarei a vê-lo, e quarta foi ontem. A distância sempre me corta de quem eu desejo. Esse outro mundo, é o que me liga a ele. Atuamos para sobreviver. Ele com todas suas expressões. Triste, amargo, alegre. Também covarde, corajoso. Esperto, fugaz, amador e amante. Tudo no seu tempo. Igual eu aqui dentro. Não deixando de pensar no seu lado ingênuo, cuja vontade era lhe por no colo e abraçar forte. Ah, incompreensível essa minha atração por inúmeros homens que cabem em um só.