terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Para ver-me como mais um verme

Ele está no Uruguai agora, 
com o seu novo amor
Posando para fotografias 
em meio aos girassóis
Enquanto a vida gira
e me desenterneço  
Eu nem o conheço, 
mas escrevi sobre nós 
por incontáveis meses seguidos
É muito difícil definir
o que eu gostaria que fôssemos
Não o conheci num ônibus
e nem em um supermercado
Também não posso dizer 
que o inventei
Eu nunca tivera criatividade 
para desenhar um terremoto
daquela estrondosa magnitude 
Tudo o que eu quis para nós
se encontra dentro
dessa minha dificultosa atração nada remota
Há livros meus na casa dele,
talvez em gavetas abandonadas
Há aquele bilhete,
onde escrevi que
não poderia mais esperar
Pois, outros personagens 
me aguardam fora desse vendaval
Esses personagens por mais
ideológicos que sejam
não suprem minha necessidade
abismal]
de possuir em mim o maior de todos 
os encantamentos
Como eu disse no inicio,
ele está no Uruguai
com a família e ela,
esperando os festejos dezembrinos 
Parafraseando Adélia, 
cito que João está com com uma mulher 
que não sofreu por ele 
um terço do que eu sofri
Mas direi mais, 
ele está com uma mulher linda
e jamais será para ela o Jonathan de Adélia

Para sempre meu João

(Meu travesti poético)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Uma esperança mais triste ao fim do meu dia

   Eu vou parar de escrever sobre ele, não vai ser por rancor, isso é uma certeza consumada. Se ele não mais aparecer por aqui entre linhas e paixão ocasional, é porque percebi que tentar prender alguém dentro de uma ilusão fadada é um devaneio perigoso, até para mim. 

Essa estória não se difere dos outros romances intituláveis que a nossa História já presenciou. Mas eu quis o seu corpo soterrado na terra que gerou as vegetações mais bonitas, o seu corpo sob o meu, escondendo a minha escureza.
    Eu tentei ser o mais clara possível, causando inveja nos dias nublados. Lhe passando o recibo da minha loucura e assinando toda e qualquer tristeza. No final que não fora escrito, eu não fui nem eu direito. 

Eu fui o que essa paixão foi. Desajeitada sádica carnavalesca. 
Desfilando meu psicopatismo nas poesias e avenidas dessa vida partida. 



Título: Manuel Bandeira

sábado, 6 de dezembro de 2014

Quase 7

Eu quero muito 
abrir um buraco 
no meu quintal 
para esconder 
de mim mesma 
as falhas todas 
que lembram-me
tal paixão burocrática
Todavia, a política
deste romance
me priva
À revelia das coisas
que não pedem entendimento,
eu quis sim, entender
Para agonizar em paz,
dentro da dignidade
que criei tendo uma caneta na mão
Fique sabendo,
meu coração
combina com buracos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Escrevi essa dor pra você me curar enquanto lia

O deslumbramento
ao ver seu nome
contido num poema meu
Fez você escrever o nome
de outro alguém na sua vida