sexta-feira, 23 de maio de 2014

Por quem ardo e não vejo

''Se essa atração ficar antiga
me teletransporto para o passado
só para te querer de novo''

Escrevi eu no último fevereiro
Escrevo eu todos os dias
só para te manter por perto

Faço tudo pra ficarmos bem
Me explico te aprendo 
E ainda não nos entendo
Tão míseros e mutáveis

Em dois quartetos
e dois tercetos
Você escapa de mim
e eu nunca digo nada


* Titulo Leminski



sexta-feira, 16 de maio de 2014

Ouse, depois me use

As verdades que dizemos
já não existem no outro dia
E somos covardes
por nos desfazermos assim,
da vontade de nos conhecer,
reconhecendo-nos sem avisos
Disse que faria muito mais por mim,
se pudesse
Mas penso: se ousasse
Julga ser idealizado
em prol da poesia
Deveria se sentir lisonjeado
Por eu querer te fazer 
mais do que uma companhia
Ah, que beleza de homem
incisivo remoto quiçá reto
Sem desespero, 
vê se sai do ponto de partida 
e me completa]

domingo, 11 de maio de 2014

Destruição em conta-gotas

Ele me diz coisas
dessas coisas que
elaboram um terrorismo
aqui dentro
Esse sentimento de pertencimento
sufoca
até matar tudo o que é viável sentir
Com a vaidade vencida
o poder de encantamento dele
me destrói corrompe consome definha
Deixando-me à mercê de vermes ávidos
Até Caio, entende
que ele não teve mãos para mim
Só aquela ternura distraída

Mas ele é a minha vontade
de dizer que quero viver isso
Como Leminski, sei que,
Sofrer vai ser a minha última obra

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Te querer é regredir

Me abstenho de afetos maiores
Pois te espero, sem esperar
E quero espiá-lo por dentro
Para eu me decorar por fora
Apreciando as rupturas
o pudor diluído na ternura
intocada]
Teu nome passeando
na minha cabeça
no fluxo das horas]
A tolerância sem freio
se curvando para a 
mágoa com pressa 
Tua ausência nunca suprida
E a poesia submissa 
a esse meu gostar
que não gruda no teu peito