terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Voando alto

   Não dá para argumentar comigo, quando me vejo criando dilemas sobre escrever pra quem foi embora e pra quem resolve voltar assim... Voltar do nada. Por nada. Não quero entrar em longos desabafos existenciais... Todos sabem que eu sempre te preferi irresponsável, lindo e infantil. Mas esse é o meu lugar agora. Teu adeus foi precoce, teu regresso agora não traz paz. Estamos fadados ao que eu chamo de, quase amor. Essa tua imagem de bom pai, de marido atencioso e sério, me desequilibra. Não, não porque o filho não é meu, e porque o casamento não é comigo... É que eu já disse, me apaixonei pela tua versão descontraída, moço de família.
   Mas não te via criando uma família tão cedo, nem se fosse comigo. Mas teríamos tempo pra tudo, e tu não revelaria ser essa fraude que não me agrada gostar. Não há mais felicidade, já escrevi antes que tu antecipou a vida num piscar de olhos... E eu te perco um pouco mais cada vez que teus olhos se fecham e abrem, contornando um futuro inseguro e cada vez mais certo. Certo que estamos a um passo da distância eterna. Agora que eu estava vivendo, tu volta pra bagunçar tudo e não dizer nada.
   Não sei mesmo porque fui te escrever aquela carta, não sei se um dia vai recebe-la. Só acho que fiz a minha parte, quando tanto quis dizer algo e não podia, então escrevi, como de costume. Não sei o que vai sentir por mim se chegar a tê-la em mãos, se vai ser mais desprezo disfarçado de respeito ou respeito querendo ser apenas silêncio. Jem cantando Flying High, é a música mais bonita que já escutei dizendo te amar.

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