I
Pra quê coerência,
se te acompanho
e a vida não passa?
Se um mês que passa
não muda nada
se o nada é mesmo nada
Dos cafés sem gosto
O meu gosto
pelo o que não apetece
II
Desviando a conduta
os olhos, as mãos
e as vontades
Criando imagens
algemas
e buracos
Entre cuidados
meticulosos,
me afasto um passo
e estou em outro continente
A maldade
está dentro de nós
E já te quis dentro do meu porão
III
Te expulsando do coração
escrevo tua bela morte,
como quem nunca
sentiu saudade
Da experiência
que peguei emprestada na televisão
do que até li e ouvi falar
Após o súbito ato
gostando com
delicadeza bruta
Riscaria a faca
em teu corpo
usando traços cirúrgicos
Enrolando teus pedaços
num lençol azul
Significando
o abraço do Céu
Jogando-o depois
num abismo qualquer
IV
Daí voltaria eu
para minha vida hemorrágica
vista como boa moça
Conquistando mais uma vez
essa alegria desfigurada
Para salvar a situação
17/10/2013
Tomado de assalto. Muito bom.
ResponderExcluirLindos poemas aqui adorei!
ResponderExcluirJá estou seguindo,voltarei mais vezes beijinhos.
Sentimento não se explica, se aplica ou não.
ResponderExcluirhttp://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/
"Desviando a conduta os olhos, as mãos e as vontades
ResponderExcluirCriando imagens algemas e buracos"
Teus poemas possuem uma beleza enigmática, movente; eu leio, e ao reler parece que estou lendo já outra coisa, água em movimento.
Abraço!
gente, que lindeza de poema! absolutamente direto ao ponto e muito inspirador. faz parte das coisas que merecem ser lidas. parabéns!
ResponderExcluirMuito bom... Já li diversas vezes, e cada vez ele tem um significado diferente pra mim.
ResponderExcluirO nada pode ser positivo e necessário, e aí ele se torna não mais um nada, se torna algo que te flui e te impulsiona para viver o tudo. Afinal, a coerência da vida está nos paradoxos que ela nos apresenta.
ResponderExcluirBjos!