De novo
um mês que passa
não muda nada
Então deixa eu gastar
a madrugada
pra dizer que
o que não é fraude é poesia
Quero mesmo
mastigar essas palavras
e cuspir pedras
Vem, finge
que ainda é cedo
e faz o meu tipo incerto
Me olha
propiciando vontades
Me desgosta
até eu cometer uma chacina
Depois senta
e bebe comigo o chá mais doce
que eu não sei fazer
Consentindo
que lhe escreva
de modo mais
deliberado profano podre
Como se eu estivesse além
dessa literatura marginal
Daí quando me cansar de você
finjo que sei desenhar
e faço o caixão mais bonito
pra lhe guardar
[como num sonho bom]
01/12/2013
Bonito demais!
ResponderExcluirLi esse teu poema e pensei logo em seguida "puta merda, ela sabe o que tá fazendo"! Que poesia incrível, Hellen! Desse com esse escrito teu uma mexida bacana aqui dentro. Sabe aquele tipo de texto que depois de lido te faz pensar: "velho, esse cumpriu a função que devia (sendo essa a de ir lá no fundo da gente, fazer um eco danado, derrubar tudo quanto for certeza e voltar como um sádico sinistro, nos deixando como função reconstituir tudo)". Obrigada por ter me propiciado essa sensação!
ResponderExcluirMuita, mas muita poesia e inspiração pra você!
PS.: Senti saudades dos teus textos, fico feliz em revê-los e lê-los novamente.
Perfeita, impecável, um show de imagens... Poetiza na concepção exata da palavra, bravo!!!
ResponderExcluirhttp://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/