Após 51 dias eu cortei o silêncio, nosso silêncio mutuo. Não foi premeditado, nada é... Deixamos de nos falar por causa da incompatibilidade nada poética, e fui atrás de você, porque rir com você era rir de verdade. Você nada disse, e mais uma vez eu fico com o papel mais dramático dessa novela nada mexicana. Acho que dizer o que sinto, nunca funcionou com nós. Você tão incógnita, eu deveria ser mais subentendida. Mas poeta é assim, quase não fala e quando fala, aproveita e vomita. Vomita sentimentalidades, cospe redemoinhos admiráveis. E vez e sempre engole não só sapos, mas todos os anfíbios e répteis inimagináveis
Agora fico aqui, adoçando esse copo d'água, pra acalmar toda essa ordem Lepidoptera que vive em fúria no meu estômago. Sabe, andei pensando que quem têm por hábito escrever, são pessoas perigosas. Mas gostar de você é mais perigoso ainda. Talvez você continue com essa greve de palavras, cultivando a indiferença. Simplesmente porque eu sou inerte na tua vida, enquanto eu me agravo escrevevendo sobre o que não acontece, puramente por diversão. Depois que nos afastamos, apareceu 7 domingos na minha semana. Veja, o quão chatos são os meus dias quando não sei dos teus.
Também não sei a hora de parar, me para. Você me induz a sentenciar sandices, porque és o índice da minha loucura e o indicio da minha desgraça. Se não mais nos falarmos, saiba por aqui, foi bom porque não aconteceu.
(Mas se acontecesse... Ah, meu bem...)
O quase é amiúde pior do que o não.
ResponderExcluirGK
Oh, meu bem, você escreve e eu me sinto bem. Preciso de escritos bons para manter a minha paz de espírito e confesso que você me ajuda, viu.
ResponderExcluirEu não sei bem como acontece isso, mas tem vezes que você parece escrever por mim.
ResponderExcluir"Agora fico aqui, adoçando esse copo d'água, pra acalmar toda essa ordem Lepidoptera que vive em fúria no meu estômago."
Poeta aprecia a brisa leve, mas sempre solta furacões.
ResponderExcluirPessoas que escrevem são perigosas para si mesmas. Por saber o valor da palavra sofrem pelo dito e pelo silêncio.
ResponderExcluir"E vez e sempre engole não só sapos, mas todos os anfíbios e répteis inimagináveis."
ResponderExcluirPois é, o poeta vive em profundo estado de catarse constante e, sem avisos, explode em palavras aquilo que não consegue expressar pelo som.
http://omundoemcenas.blogspot.com.br/
"Deixamos de nos falar por causa da incompatibilidade nada poética..."
ResponderExcluirLinda passagem esta... gostei muito desse envolvimento da poesia na questão das palavras e do silêncio, porque poeta é realmente assim calado, mas sabe falar as coisas na hora certa, embora não seja o desejado.
A Gyzelle diz e eu sou o eco, eu gosto de como você põe as cartas e faz mágica com as palavras, beijo em tuas mãos minha alegria.
ResponderExcluirPergunto se vc gostaria de receber minha opinião sincera sobre o seu texto...
ResponderExcluirEstou divulgando o meu blog:
pode falar q está uma merda, a única coisa que quero das pessoas e dos leitores é a sinceridade.
http://omascarado.criarumblog.com