mas eu sinto
insetos caminhando sob meu corpo
Me examino e nada acho
Acho mesmo que a Paranoia
se encantou por mim
Eu quis pedir ajuda a ele
Mas me armei com a ilusão mais sensata
Pedi mesmo foi uma bebida forte
e o destilei na minha euforia
Ajeitei-me na cadeira de ferro
Na mesa daquele bar limpo demais,
para a sujeira da minha platonice urbana
Só havia guardanapos de papéis coloridos
Daqueles que as cores desbotam nas mãos
quando a cerveja começa a suar
Entrei em letargia,
queria tanto um guardanapo
branco
discreto
sem a pretensão de quebrar a frieza
daquela epifania
Porém, o súbito entendimento das coisas
ia bem mais além da disposição
das cores de um guardanapo
Minha compreensão abrangeu
a cena:
eu
sozinha
no bar
pensando
nele
que hoje tem fotografias com cães
das garotas com quem divide seu tempo
Eu não tenho tempo
Também não tenho um cão
Ainda preciso de ajuda
Minha gata se chama Juliete,
mas ele não perguntou
de onde tirei esse nome
Agora, me pergunto
Por que quero este homem?
Queres esse homem porque é assim o amor.... Não mandamos nele..
ResponderExcluirConvivemos com nossos dilemas, porque amamos....
És assim....
Bem, não sabíamos e agora sabemos, todos que você é uma grande poeta ou poetisa - como você quiser, e eu sei que é muito bom te ler e ter prazer em teus poemas. Me diz; é juliete por causa da Binoche ?
ResponderExcluirBom fim de semana, abraço no coração.
Apesar de eu gostar muito dessa atriz. Juliete é por causa da personagem do escritor gaúcho, Gabito Nunes. O livro se chama ''Juliete Nunca Mais''.
ExcluirHellen, você é incrível com seu jogo de palavras e seus sentimentos tão confusos e reais.
ResponderExcluirVocê se vê sozinha, pois enxerga que o que realmente é está nele. Somos independentes, mas honestamente não sei como fazer para perceber que a ponte é uma ilusão.
ResponderExcluir"Por que quero este homem?"
ResponderExcluirUma daquelas perguntas que a gente nunca encontra a resposta.
Seria rasgação de seda, bajulação, não fosse imenso esse encontro. Obrigada, Hellen, porque o entendimento é involuntário, mútuo e certeiro.
ResponderExcluir"Ninguém sabia, até agora,
ResponderExcluirmas eu sinto
insetos caminhando sob meu corpo
Me examino e nada acho
Acho mesmo que a Paranoia." - Esse trecho me lembrou do filme Possuídos (Bug, 2006¨), já viu Hellen? Não tem exatamente a ver com o tema da seu ótimo texto... apenas me fez lembrar rsrs
A gente quer o que não pode ter, essa é a grande tragédia humana. E mesmo tendo o que quer, a gente nunca está satisfeito.
Oi, Vitor. Acabei de ler a sinopse deste filme, pois não o assisti (ainda), me pareceu interessante. Já começando pelo título.
ExcluirSobre seu comentário, é verdade... Se fôssemos satisfeitos, não haveria a poesia.
Eu adoraria saber a sua opinião sobre esse filme Hellen, porque é uma obra que radicalmente divide opiniões. Eu não vou te dizer o que eu achei do filme para não correr o risco de influenciar a sua experiência rsrs Mas, veja sim e me avise ;-)
ExcluirBeijos
Moito máis secular do que adoito ver en ti (hai veces que sinto que as túas poesías son coma epifanías sagradas), pero igualmente é bo. Encantoume o inxenioso final. Coma un toque de humor curioso ó cabo de toda a reflexión dun poema que comeza oscuro e serio e vai descendendo paulatinamente até mesmo o desenfado (eu sentino así; se estou errado, síntoo moito).
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