quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Feito eu, escrevendo tanto pra tão pouco

Feito coisa ruim
coisa feita para me desgraçar
feito o absurdo
que é anunciar
tal desejo antológico
por quem nem me lê
talvez já tenha lido
e não gostado
feito praga
mau agouro
feito para caber
nas coisas que jamais terei
feito homem formoso que é
e não seria se me quisesse
feito a dor cantada
de Édith Piaf
feito a vulgaridade excitante
de Bukowski
feito eu encerrando
esse poema com Hilst
feito docilidade tua
eu tua inteira
Feito você
não fazendo nada
e me deixando
sem eira, nem beira.

4 comentários:

  1. Tua poesia é desbravadora, feito sensibilidade curiosa que desperta nos teus leitores, mais vontade de vida e cultura,penso que você me deixa à beira de um precipício onde impera o desejo de descobrimento.
    Saudações!

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  2. Você me pisa com salto 15 quando leio seus poemas, e gosto muito.

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