sexta-feira, 11 de março de 2016

Bastasse qualquer gesto, e o precipício não me conheceria

Me abrigo nos livros que não li
Brigo pelas estórias que não pude viver
Eu me obrigo a entender que doses cavalares
de poesia 
Jamais abrasarão corações gelados
Minto para mim mesma
Finjo que compreendo
E logo estou escrevendo cartas
para quem nunca dirá nada

Eu
tal como,
Lispector
Só posso dizer que

Em mim mesma eu vi como é o inferno.

5 comentários:

  1. Maravilhosa, como sempre. Como Clarice.

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  2. O inferno é uma grandeza que se ajoelha à beleza dos teus poemas.

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  3. E em si descobre-se a saída para o mesmo.

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  4. Em todos nós se esconde um pouco de infernal. Aquele infernal distanciado do inferno que todos abominam. Um inferno muito nosso onde nos debatemos na ânsia de encontrar explicação e sentido para o procurar do céu, na ânsia do paraíso prometido. Assim é a vida e arriscarei dizer que só assim existe vida na vida. Minto para mim mesmo, fingindo que me compreendo...
    Beijo doce

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  5. Siga sim, escrevendo cartas para quem nunca dirá nada. Talvez um dia Eros se compadeça, e te faça ser escrivinhadora de uma história só bonita e não lindamente triste, como vejo tanto por aqui.

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