domingo, 3 de abril de 2016

De andar em andar, passo meus pensamentos em fodas abstratas. A água acaba. Vou-me. Mais uma noite. Neste bar. Paquerando minhas lembranças. Sonho vai. Sonho vem. E me pego sozinha. Obrigada!

Toda vez que beijo
um cara mais interessante
do que você
Eu tento me lembrar o porquê 
de ter lhe criado um personagem
Você é tão insensível
Me faz lembrar 
do que Manoel de Barros já dissera
Que a poesia
não é algo que se possa
incorporar com os olhos sujos
de realidade
Após a cegueira inicial,
hoje você só tem sujado meus olhos
Você é mesmo tudo aquilo que eu supunha 
E eu me tornei perecível por isso 
Exausta de encanto
Por algo inevitavelmente precoce

Nunca mais quero vê-lo



Título: Do conto Cheiro de erva, Emir Rossoni 

4 comentários:

  1. Tu já percebeu que toda a tua poesia se entremeia nos títulos, como se quisesse dizer que você disse tudo mas não escreveu? Eu gosto de quando você se espraia e rompe como flor esses dias de outono. Eu gosto do teu cheiro de despertar.
    Boa semana

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  2. O amor nos cega de um jeito que passamos a ver bem melhor.
    GK

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  3. O teu adeus nunca sobrevive por muito tempo. A tua poesia parece te bater, mas nos arrebata.

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  4. O não querer, já é querer algo.

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