Eu deveria ter pedido para você me escutar naquela noite, sentado ao meu lado na cama. Me escutar como se eu fosse uma pessoa que você acabara de conhecer no supermercado, igualzinho naqueles clichês cinematográficos. Aonde um dos personagens precisa discorrer algo seríssimo, senão explode. Precisava que você me escutasse dizer que eu queria que alguém gostasse de mim sem medo. Sem medo do piegas, sem medo de lembrar de mim no meio da tarde e me enviar uma mensagem, 'lembrei de você e você deve saber'.
Eu gostaria de ter dito que mereço mais do que compartilhar risos pós sexo e que quero gostar de alguém sem medo de ser ridícula, eu devia mesmo ter te dito todas essas coisas e ter te tirado para amigo depois de todas as transas fervorosas, porque no fundo eu sabia, você não queria e não podia me dar mais que isso. Mais que suores dissolvidos num disfarce de 'nos vemos durante a semana', sabendo que não nos veríamos, não.
Você não sabia abreviar a sua vontade de mim me dizendo bom dia, isso não cabe nessa era de sentimentos líquidos, como previu Bauman. E é uma pena. A dúvida do "se" azucrina a minha cabeça, talvez, se eu tivesse te dito tudo, eu não teria te tirado desse modo brusco da minha vida. A máxima de 'quem se importa procura' é verídica. Eu te tirei da minha vida e você se distraiu demais para me procurar. Sim, no fundo eu sabia.
Imagem: Tina Maria Elena
A triste historia, por unha banda, de todo o que se vén abaixo inevitablemente puidendo ter feito tantas cousas para evitalo. Sen saber ben por que, pero sabendo moi ben por que. A triste historia, por outra banda, de todo o que se empezou a construír a pesar de saber, desde o principio, que todo se ía vir abaixo. A triste historia, finalmente, de non saber se todo se viu abaixo porque se empezou a construír pensando que se ía vir abaixo.
ResponderExcluirSeguramente isto non se achega para nada ás túas palabras, pero é algo que veu á miña cabeza en canto lin o que escribiches.
Triste.
ResponderExcluirDói muito quando tudo não passa de um momento feliz, apenas. Tem gente que, com medo de arriscar, acaba se privando de viver histórias maravilhosas. Isso é muito destrutivo.
Você expõe tudo tão lindo!
ResponderExcluirHelen,
ResponderExcluirE até na dor você deixa escorrer essa intensidade violenta, sincera. Você parece ter as palavras todas do mundo das pontas dos seus dedos esperando o momento de serem tocadas por você, para que nos toquem igual. Tudo o que você derrama aqui, eu sinto.
E hoje eu sinto muito. Em todos os sentidos que o sentir muito possa caber.
Beijo meu.
e ficas no silêncio que semeias....
ResponderExcluirbeijo