segunda-feira, 11 de março de 2013

O peso da existência é a leveza de escrever assim.

   Eu estava lá fora, na enxurrada de melancolia, fazendo malabarismo com um guarda-chuva verde piscina... Me transportando para um clipe de blues acometido por uma sensação de tristeza, por culpa da saudade sem socorro. Passos curtos por entre as ruas estreitas, sentindo as lágrimas do mundo molhando meus pés. Jeff Buckley arrastando seu descontentamento com o amor em suas lindas notas, cantando só para mim Morning Theft. Quis chorar também. Mas não, estou cansada até para isso. Cheguei em casa, quis escrever. Talvez para te encontrar nessas linhas, porque em alguns minutos atrás eu tentara te enxergar em todas as esquinas que se exibiam para a minha solidão. 
    E por ilusão, finjo escutar pedras na janela, fito de longe... Precisando te ver lá fora me esperando na chuva, olhando daquela forma que me desarma... Me convidando a sair e me molhar mais um pouco. Até os dias acabarem. Um raio me acorda da distração, o clarão ilumina a rua vazia... Tu não está lá. E eu não queria estar aqui.

5 comentários:

  1. Gústame moito a musicalidade dos teus textos. Os protagonistas dos teus relatos parecen persoas desas que se fan un coa música, que se funden con ela mentres camiñan polas rúas, perdidos nun océano de sensacións musicais... é fermoso.

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  2. A chuva tem um jeito de diluir nossa alma, talvez para nos encontrarmos.

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