Diz que chove aí
Quarta-feira, 3 da manhã
Enquanto aqui penso em escrever
Sobre outros homens com o mesmo nome
Meus quereres
são interessantes anomalias
E a sabedoria
me prostra
Achei que perdi
porque achava que tinha
Será a poesia
um prêmio de consolação?
Quando quiser
me d[escreva seu dia
e aquele et cetera todo
Depois lembra do bilhete
que te dei, advertindo:
''Não tenho mais tempo
para ficar planejando desfechos
para um único personagem
Há tantas pessoas lá fora
que renderiam bons sonetos
Mas você,
você inspira um livro todo
E eu passo a ter medo
de mim''
Hoje ainda tenho medo de mim
e ninguém me inspira mais nada
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Banal se não fosse profético
Sabe, pés rodopiando, mãos querendo alcançar esse céu de celofane. Os travestis famintos dessa cidade, as drogas que não aparecem na televisão. As tragédias moldando bons culpados, as doenças redimindo pecados. Aqueles degraus, as ruas largas. A contemplação do tempo, ultimas horas.
Eu sabia, mas não queria ter certeza. A raiva e eu, o sufoco e eu, o fado e eu. Você tinha que ver. Ver que tudo isso sou eu, abrigo ou céu aberto. Como você quisesse. Agora queria tanto que Caio estivesse aqui, para dançarmos sobre os canteiros, possuídos por alguma alegria maldita e ver o mundo florescer no nosso quintal. Sem entender porque os dias se desenrolam assim, existindo distância entre quem se quer bem. Será que você me entende?
Eu sabia, mas não queria ter certeza. A raiva e eu, o sufoco e eu, o fado e eu. Você tinha que ver. Ver que tudo isso sou eu, abrigo ou céu aberto. Como você quisesse. Agora queria tanto que Caio estivesse aqui, para dançarmos sobre os canteiros, possuídos por alguma alegria maldita e ver o mundo florescer no nosso quintal. Sem entender porque os dias se desenrolam assim, existindo distância entre quem se quer bem. Será que você me entende?
domingo, 12 de janeiro de 2014
Dançando na sarjeta (in 2 pt)
I
Então me afaga com mãos de papel
como se fosse impossível
me escrever sem me tocar
Com toda impessoalidade existente,
aliamos nossos demônios
em busca de qualquer perdição a dois
De uma complexidade
muito poética
De uma dramaticidade
que não me lembra drama algum
Observando que
gostar de você
é como encomendar
minha própria lápide
Trágico,
se eu não admirasse a morte
Sempre quis
que meus meios
adiassem meus fins
Mais do que
eu poderia supor,
é essa compulsão pela escuridão
alheia]
II
Meu corpo caindo,
se resumindo a ossos amontoados,
caricaturas mitológicas
e animais de esgoto
Por intermédio
de Hilst,
pergunto-lhe:
Sabes ainda meu nome?
Fome. De mim na tua vida.
Então me afaga com mãos de papel
como se fosse impossível
me escrever sem me tocar
Com toda impessoalidade existente,
aliamos nossos demônios
em busca de qualquer perdição a dois
De uma complexidade
muito poética
De uma dramaticidade
que não me lembra drama algum
Observando que
gostar de você
é como encomendar
minha própria lápide
Trágico,
se eu não admirasse a morte
Sempre quis
que meus meios
adiassem meus fins
Mais do que
eu poderia supor,
é essa compulsão pela escuridão
alheia]
II
Meu corpo caindo,
se resumindo a ossos amontoados,
caricaturas mitológicas
e animais de esgoto
Por intermédio
de Hilst,
pergunto-lhe:
Sabes ainda meu nome?
Fome. De mim na tua vida.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Art
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