I
Então me afaga com mãos de papel
como se fosse impossível
me escrever sem me tocar
Com toda impessoalidade existente,
aliamos nossos demônios
em busca de qualquer perdição a dois
De uma complexidade
muito poética
De uma dramaticidade
que não me lembra drama algum
Observando que
gostar de você
é como encomendar
minha própria lápide
Trágico,
se eu não admirasse a morte
Sempre quis
que meus meios
adiassem meus fins
Mais do que
eu poderia supor,
é essa compulsão pela escuridão
alheia]
II
Meu corpo caindo,
se resumindo a ossos amontoados,
caricaturas mitológicas
e animais de esgoto
Por intermédio
de Hilst,
pergunto-lhe:
Sabes ainda meu nome?
Fome. De mim na tua vida.
Há algo de mórbido em todo amor.
ResponderExcluirDeus que desespero, essa agonia do querer. Penso qual o melhor a monotonia de uma vida apática, de uma solidão a dois, tudo previsível, esperado ou as desventuras da paixão?
ResponderExcluirPoucos percebem que a vida e a morte são um belo casamento. Parabéns pela bela poesia!
ResponderExcluirHellen, adorei o espaço. Parabéns pelo capricho e atenção aos detalhes. Voltarei com certeza mais vezes.
ResponderExcluir"Sempre quis que meus meios adiassem meus fins" Acho que entendo um pouco do que você escreveu tão bem... De certa forma eu fico rodeando os meios, revisitando as coisas pra me aproximar dos fins com mais cautela, os fins são peremptórios. Depois tem que se seguir com eles, com o que tenha se terminado em nós. Abraço, Hellen.
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