domingo, 31 de agosto de 2014

O Domingo não espera nada, ao contrário de mim

Domingo passado,
amigos bêbados
músicas loucas
sofá quebrado
o filme que não assisti
a fumaça
dos nossos cigarros 
levava meu pensamento 
até você
Vozes e gritos
risadas escandalosas
querendo roubar 
meu devaneio 
Hoje, domingo
não sai de casa
Quero pensar em você
sem interrupções
Não há nada 
que eu possa fazer,
a não ser, escrever...

[sobre sofás e corações quebrados]

























Ilustração: Conrad Roset 

7 comentários:

  1. Mas, menina, tu escreve sobre tudo. Facilidade incrível de dispor das palavras, imaginação aflorada. "Hoje, domingo, não sai de casa quero pensar em você sem interrupções não há nada que eu possa fazer, a não ser, escrever..." escreves mesmo quando não queres, o verso brota submisso, subjugado. A proposito, bom final de domingo, poetisa maior.

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  2. Bom, que não te falta inspiração pra deixar a gente com essa carinhosidade do poema.
    Saudações e uma boa semana.

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  3. Domingo me traz aquela tristeza que não vem de facebook. Domingo, o dia em que a barreira da minha memória sai pra dar uma volta, deixando o "portão" aberto, deixando vazar as semanas doídas, as memórias que eu dei uma trégua naquele sábado à noite, pra poder ficar de bem, porque ele gostou muito do meu vestido, eu não queria estragar aquilo.. doRmingo.

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  4. Domingo, dia da ressaca literal, moral, espiritual...de reuniões familiares hipócritas e do ócio melancólico. O domingo passa carregando o peso da semana passada e o da semana que virá.

    É admirável a sua capacidade de ser tão expressiva, utilizando tão poucas palavras, isso é raro.

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  5. Recosto-me para ler a forma cálida e polida dessa escrita
    No doce fenecer das razões que inspiram os dois Domingos
    E velar a angústia arguta que toma o autor de assalto...

    Abraço terno!

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  6. Simplesmente encantador!! Adorei a forma que se expressa!

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  7. Muito bom! Tenho um certo problema com domingos. São em geral, angustiantes.

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