das veias imundas
Além da natureza morta
pregada na minha parede
Olhos diabólicos
me encarando no espelho
Aquele rosto
me sorrindo a catástrofe
mais ornamental
Nossa engrenagem movida à barro
querendo ser concretaEnquanto a vida se esfarinha
por não decidirmos pelo medo
ou a maldade
A destruição é diária,
o amor é em conta-gotas
A morte nos espreita
com tamanho zelo
E até nos brinda com a sarjeta
Os espasmos de alegria,
o cotidiano não perdoa
Aí nos contempla com
doenças e morfinas
e fraldas e sondas
A fantasia,
a rotina não deixa passar
Nos condena com depressão
e suicídios quase que teatrais
Somos o rebanho
mal ordenhados
orgulhosos
poeticamente abatidos
Somos os versos
preguiçosamente escritos
só para preencher algumas linhas
de qualquer livro
querendo renascer numa escultura barroca
Eu sou o teu fim
decretando o meu começo.
eu e eu mesma. e quem disse que não é possível na nossa fantasia?
ResponderExcluirdentrodabolh.blogspot.com
Teu poema é imenso, abraça o mundo.
ResponderExcluirSaudações
Não ousarei deixar muitos elogios, deixo apenas o grito que suas palavras provocam em mim: DÓI
ResponderExcluirDesconfortante, desamparador, real! Minhas piores e mais vivas angústias passam pelas linhas do seu poema.
ResponderExcluirSufocante, senti-me totalmente impotente diante de suas viscerais palavras.
ResponderExcluirSinto-me atordoado, como que atropelado por um caminhão. Seu verso em carne viva, navalha na carne. Um pesadelo bem real, nosso drama cotidiano que renegamos, fingimos que não existe. Mas, nos morde os calcanhares nas noites insones e de abandono. Somos.
ResponderExcluirBom dia Hellen.. denudou os versos com o lado um tanto sombrio que carregamos em nós..
ResponderExcluirsomos tudo pela metade..branco e preto estão em nós..
mas temos sempre que equilibrar a balança e ficar no lado positivo..
tenha um lindo dia