Não devia
Mas eu quis
Como no compasso
dos meus passos
que não me tiram daqui
Na sincronia singular
de uma melodia triste
Nas rasuras do papel cansado
A poesia que não consola,
é a mesma que se desculpa por afligir
Não devia
Mas eu quis
Como quem vai à padaria
e não se importa de comprar pães amanhecidos
Não devia
Mas penso diuturnamente
nas areias do Laranjal
E em como a brevidade
me assombra
Escrevendo um novo amor
ou pintando as unhas de vermelho
Nenhum dos dois eu sei fazer direito.
"Escrevendo um novo amor
ResponderExcluirou pintando as unhas de vermelho
Nenhum dos dois eu sei fazer direito."
Doeu de uma forma tão ímpar, moça.
Sempre leio teus desabafos poéticos, mas esse foi impossível não comentar.
Bem, pintar as unhas de vermelho, eu sei fazer direito...
ResponderExcluirAdorei!
Beijoo'o
P.s: É uma das minhas músicas preferidas, mas escuto na voz de Birdy, que é minha paixão *-*
Você não devia, mas quis escrever esse poema que fala sobre brevidade e saudades e eu lembrei do Sêneca -"Sobre a brevidade da vida", penso que você deveria ler.
ResponderExcluirSaudações.
"E em como a brevidade
ResponderExcluirme assombra"
Os grandes sentimentos vivem nos enganando e só nos afastam da efemeridade que molda a vida. Algo em você me lembra Cecília Meireles. Sempre apontando para as efemeridades, tão leve, tão passageira. Tão aflita.
Sua dor tão delicada e tão bonita combinou com a música que você escolheu (e que eu tanto gosto).
ps. Também prefiro na voz da Birdy.
Um beijo.
"Não devia mas eu quis...."
ResponderExcluirEsse é um dilema que nos assola sempre....
E isso é próprio de quem quer acima de tudo....
Um poema doído que mostra o dilema entre o dever e o querer
Belo como sempre!!!
Como bem ressaltou a Bianca, algo em você também me recorda Cecília. O modo como enfoca a vida e, principalmente o amor, nas suas poesias é de uma sensibilidade ímpar.
ResponderExcluirA música se encaixou perfeitamente, não conhecia, mas adorei! :-)
O Mundo Em Cenas
Beijos Hellen
O dever é algo pesado demais.
ResponderExcluirNon debía, pero... Cántas veces pensamos iso na vida. Arrepentimento. A mesma palabra é dolorosa.
ResponderExcluir"A poesia que não consola, é a mesma que se desculpa por afligir ". Encantoume este verso, Helen. E a canción é fermosa.