segunda-feira, 13 de julho de 2015

Diluvio nenhum nos explicaria

Era quase dia
Quando se trata dele
não sei ser exata
Então as horas 
pouco importam
Caminhávamos - à toa 
por aquelas ruas 
de casas coloridas
Carregando nossos espíritos 
em preto e branco
Eu falava sem cessar
e João ria tanto
Duas crianças eufóricas 
percorrendo as avenidas
mais bonitas da cidade
Quando ele segurou a minha mão,
entendi o porquê 
de eu ter vivido tantos dias ruins
Mesmo se não houvesse 
predestinação,
meu caminho se esbarra
sempre no dele
Em três meses ou um semestre,
um ano ou dois
Nosso silêncio 
sempre fora estardalhaço
e a saudade sangrenta
Cuja ausência
nunca seria suprida 
por qualquer paixãozinha primaveril
que viéssemos a sentir 
enquanto tentávamos nos perder
em lençóis alheios
Nosso amor é antediluviano
Noé enxergou em nós
o futuro e a salvação
Entramos naquela arca
sabendo que seríamos um do outro,
em todas as vidas.

7 comentários:

  1. lençóis alheios...futuro ou perdição!

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  2. cara, você tem uma fã! entro e saio da blogosfera, mas nunca deixo de visitar aqui, sua escrita me abraça!

    Desses Dias Meios

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  3. Tua poesia é inteira, mas pode ser descascada para que a gente te mastigue em partes, tu dá essa oportunidade. Adoro a sensibilidade tua, que vive sob tuas unhas, como a minha, sob as minhas.
    Um abraço no coração.

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  4. Que poder é esse que tua poesia tem sobre mim, moça?

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  5. As vezes pensamos tanto em porto seguro e na verdade só importa ter companhia para navegar.

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