terça-feira, 17 de novembro de 2015

Pense um pouco, beba bastante. Depois me conte direito. Pense e te pareça, senão eu te invento por toda a eternidade

   Você me deixou tão exposta, todos notaram que era por você os meus suspiros. Você desfilava sua arrogância naquele ambiente carregado de egocentrismo, e assim, torturava meu bom senso enquanto te via passar sem me olhar. No fim da madrugada se mistificou na minha frente para falar de tudo o que escrevo. Como quem só pode oferecer uma ternura distraída, talvez ensaiada. Não é o bastante, meu mosquito do diabo. 
   Pedi quase que desesperadamente para olhá-lo um pouco mais, com encanto. Pedi para olhá-lo para enfim matar este personagem. Quis gritar no instante em que fazia isso. Falei que o batizei como Dionísio por representar a loucura. Você me olhou de um jeito louco após escutar isso. 
   Acho mesmo que você precisa morrer agora. Eu podia morrer na hora em que demorou seus olhos indizíveis em mim pela última vez. Eu sinto muito, Dionísio. Você não. 

Espero não escrever mais sobre isso.

Título: Paulo Leminski


16/11/2015

6 comentários:

  1. A exposição é tua porque é linda a imagem que tu pintas do amor que te atormenta. Nada mais é de ninguém, além da tua criação que me faz te imaginar tão linda e desesperadamente construtora de vidas, sentidos e ideias em múltiplas dimensões. Deidade viva, que seja a tua, a da tua cintura, do teu riso e da significância das palavras que brotam das tuas entranhas. O resto ... o resto que se exploda em versos e nos teus sorrisos.

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    1. És tu, Ney?
      Recordo-me que aparecias aqui em anônimo...

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    2. É, sou eu sim. Vim te perguntar se na foto era a Juliete, esqueci de fazer isso ontem. Comento como anonimo pq no momento do ímpeto de comentar quase nunca estou logado, mas já comentei várias vezes que até me parece normal. Da próxima vez - se lembrar, vou escrever meu nome. Então,éa juliete?
      abraço.
      Ney

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    3. É ela, porém, nesta foto parece dócil. Só parece.

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  2. não necessitamos de morrer...menos ainda de lamentar o sentir, pois assim somos...quanto baste loucos na loucura

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  3. Amor não tem disfarce, principalmente no espelho.

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