Um semestre inteiro
que você não fala comigo
Ficou sem saber
que perdi dois empregos
emagreci
cortei meu cabelo
me chapei mais
chorei horrores
e até virei atriz
Agora dou pra convencer
que foram só tristes meses
para lhe esquecer
Seria cômico demais
dizer que no fundo,
bem no fundo
preciso do resto dessa vida
Cara, eu sou do drama,
já devo ter dito
Mas acontece
que extremismos passionais,
só são engraçados
e eu quero fazer chorar
todos aqueles
que riram de nós.
(Enquanto eu rio de mim
por ainda acreditar nisso)
13-01-2015
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Isso nunca vai ter um título
Preferiria conhecer o cheiro
de mil corpos queimados
do que seu aroma de paz pela manhã
enquanto se revira na cama
Você é mesmo tudo o que eu quis encontrar
E foi você quem me encontrou
No meio daquela festa chata
com pessoas bêbadas e ridículas
Gente tão rasa
quanto àquela piscina de bolinhas
do último aniversário infantil que fui e nem lembro
Nós somos tão infantis gostando um do outro
Porque somos verdadeiros e desastrados
E tudo deveria ser assim
Preferiria me entupir de brigadeiros
do que beijar a sua boca
A glicose seria menor
e a paixão também
Você fode minha cabeça
Você me fode toda
E eu ainda penso em fugir contigo
Calcinha jogada no chão
Coração repousando na cama
E tudo é nada
Eu ainda consigo ser tu
Só por lhe ter dentro de mim
Já lhe disse
que tenho medo do medo?
Se eu não te ver mais,
como me verei de novo?
Somos aquela imagem que o teu espelho repete,
eu te abraçando com medo
antes de ir embora
Vou para casa e tu ainda continuas em mim
Te vi domingo e parece que foi há milênios
Vou plagiar Hilda Hilst para perguntar:
Há milênios te saberei e nunca vou lhe conhecer?
Quero me conhecer contigo.
de mil corpos queimados
do que seu aroma de paz pela manhã
enquanto se revira na cama
Você é mesmo tudo o que eu quis encontrar
E foi você quem me encontrou
No meio daquela festa chata
com pessoas bêbadas e ridículas
Gente tão rasa
quanto àquela piscina de bolinhas
do último aniversário infantil que fui e nem lembro
Nós somos tão infantis gostando um do outro
Porque somos verdadeiros e desastrados
E tudo deveria ser assim
Preferiria me entupir de brigadeiros
do que beijar a sua boca
A glicose seria menor
e a paixão também
Você fode minha cabeça
Você me fode toda
E eu ainda penso em fugir contigo
Calcinha jogada no chão
Coração repousando na cama
E tudo é nada
Eu ainda consigo ser tu
Só por lhe ter dentro de mim
Já lhe disse
que tenho medo do medo?
Se eu não te ver mais,
como me verei de novo?
Somos aquela imagem que o teu espelho repete,
eu te abraçando com medo
antes de ir embora
Vou para casa e tu ainda continuas em mim
Te vi domingo e parece que foi há milênios
Vou plagiar Hilda Hilst para perguntar:
Há milênios te saberei e nunca vou lhe conhecer?
Quero me conhecer contigo.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
A escuridão já tingiu meus ossos
Talvez Guimarães Rosa tenha razão
Se eu fosse por horas mais descuidada,
seria feliz mais vezes
Mas você é esse descuido
nada corriqueiro
Lhe vejo como esses cometas
que correm por estes céus
numa pausa de tempo
que não conhece a brevidade
Um clarão de luz
que contagia dias
e personifica a euforia
Tipo estrela cadente
que me faz realizar pedidos
por mais idiota
ou visceral que seja
De tudo que posso pedir-lhe
Só quero que não me esqueças
Deixe que o Destino pague a conta
a qual não sabemos como
(nos) somar.
Se eu fosse por horas mais descuidada,
seria feliz mais vezes
Mas você é esse descuido
nada corriqueiro
Lhe vejo como esses cometas
que correm por estes céus
numa pausa de tempo
que não conhece a brevidade
Um clarão de luz
que contagia dias
e personifica a euforia
Tipo estrela cadente
que me faz realizar pedidos
por mais idiota
ou visceral que seja
De tudo que posso pedir-lhe
Só quero que não me esqueças
Deixe que o Destino pague a conta
a qual não sabemos como
(nos) somar.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Sobre todas as coisas ditas e não ditas, eu edito este poema.
Gosta de mim
Mas deixa-me sempre pra depois
Como aquela xícara de café esquecida
após o primeiro gole
Que também foi o último
Tudo por medo de enjoar
Dizem-me que fiquei mais louca
Talvez seja verdade
Mas a verdade é bem mais remota
do que o paradeiro do controle remoto
Tu disseste nesta madrugada:
Juro que apesar de crer que você vai partir
quando isso que temos ficar
calmo demais
bonito demais
Eu até tento te deixar segura.
Mas aqui lhe digo:
A nossa diferença
vai além de eu dizer Tu
e Tu dizer Você
Que pena
Ou que bom?!
Mas deixa-me sempre pra depois
Como aquela xícara de café esquecida
após o primeiro gole
Que também foi o último
Tudo por medo de enjoar
Dizem-me que fiquei mais louca
Talvez seja verdade
Mas a verdade é bem mais remota
do que o paradeiro do controle remoto
Tu disseste nesta madrugada:
Juro que apesar de crer que você vai partir
quando isso que temos ficar
calmo demais
bonito demais
Eu até tento te deixar segura.
Mas aqui lhe digo:
A nossa diferença
vai além de eu dizer Tu
e Tu dizer Você
Que pena
Ou que bom?!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
O que tu chamas tua paixão, é tão somente curiosidade.
Eu lhe dei todos os pontos
que perdi comigo
Eu sempre perco tudo,
a vergonha na cara
a agulha no palheiro
o par de chinelos pela casa
a escova de cabelo
Eu perdi o bom senso
Mas eu sempre perco
a noção do tempo
e até o sono
Vou perder você,
mas acho que no fundo
você quem me perdeu
Quero meus pontos de volta
Prevejo outra cicatriz.
Título: Manuel Bandeira
que perdi comigo
Eu sempre perco tudo,
a vergonha na cara
a agulha no palheiro
o par de chinelos pela casa
a escova de cabelo
Eu perdi o bom senso
Mas eu sempre perco
a noção do tempo
e até o sono
Vou perder você,
mas acho que no fundo
você quem me perdeu
Quero meus pontos de volta
Prevejo outra cicatriz.
Título: Manuel Bandeira
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
Somos o que não era pra ser e o que mais do que nunca deveria ter sido
Ele é a paixão que não vou ter tempo de escrever mais. Ontem ele disse que está indo embora, pela primeira vez chorei na frente de alguém. Foi aquele choro silencioso, mesclado com soluços de pesar, pelo que não tive tempo de viver. É a paixão que me oferece água, fogo e todos os outros elementos existentes. O que não existe, ele também ofereceu-me. Porém, a paz de espírito ele só emprestou. Ele é dessas paixões que você acha que só acontece com os outros ao seu redor. Ele tem o cheirinho da vida que eu sempre quis, cheiro de encrenca emocional, cheiro de reciprocidade também. Ele foi a única paixão que me deu paixão de volta. Eu sonho com ele, estando dormindo ao lado dele. Eu exploro seu corpo como quem passeia pelas curvas de vielas milenares e nunca se desencanta. E tudo é tão fugaz. Ele me beija, eu o beijo. Ele delicadamente me crava os dentes, eu furiosamente escrevo um H nas suas costas com as pontas das unhas... Ele deita sob mim e meu corpo é brasa. Ardo em resposta.Tudo é tão árduo. Não tem elemento algum que nos defina.
Somos tudo, não sendo nada. Somos todos os personagens mais desgraçados da História. Bentinho e Capitu. Marília e Dirceu. Heathcliff e Catherine. Somos esse prazo de validade, somos o que não deveria acontecer. O erro de percurso, o livre arbítrio que deu errado. Somos os insetos loucos que sobrevoam esta valeta. Somos as borboletas diabólicas vivendo dentro desse estômago comedido.
Somos esse almoço salgado por lágrimas, cujo não consigo digerir agora, às duas da tarde. Somos as três horas do pior sono que tive na última noite. Somos só dois adolescentes querendo ser adultos. Somos seus olhos em mim enquanto fecho meus olhos e sei que estás me olhando. Somos os apaixonados mais bregas dessa cidade. Somos os abraços ternos de todas as esquinas, e a sombra de todas as mãos entrelaçadas dos casais que não tiveram tempo de ser.
Seremos até fevereiro, o que eu queria ser até meu último suspiro.
Somos tudo, não sendo nada. Somos todos os personagens mais desgraçados da História. Bentinho e Capitu. Marília e Dirceu. Heathcliff e Catherine. Somos esse prazo de validade, somos o que não deveria acontecer. O erro de percurso, o livre arbítrio que deu errado. Somos os insetos loucos que sobrevoam esta valeta. Somos as borboletas diabólicas vivendo dentro desse estômago comedido.
Somos esse almoço salgado por lágrimas, cujo não consigo digerir agora, às duas da tarde. Somos as três horas do pior sono que tive na última noite. Somos só dois adolescentes querendo ser adultos. Somos seus olhos em mim enquanto fecho meus olhos e sei que estás me olhando. Somos os apaixonados mais bregas dessa cidade. Somos os abraços ternos de todas as esquinas, e a sombra de todas as mãos entrelaçadas dos casais que não tiveram tempo de ser.
Seremos até fevereiro, o que eu queria ser até meu último suspiro.
domingo, 11 de janeiro de 2015
Você me disse: Não deixe a gente acabar.
Eu deixei a porta aberta
pra você morar em mim
Você cuida de tudo, tão bem
arruma cada cômodo com gracejo
e carinho
Arruma os lençóis
que desarrumamos
ao revirar nossos corpos
e mentes suicidas
Varre as incertezas
[momentaneamente]
Lava a louça
e leva meu medo
de ser para sempre uma panela
sem tampa
Até me oferece um copo d'água
mas minha vontade
é de sossego, sem culpa
Enquanto lá fora,
picharam nossos muros
Estão chutando nosso portão agora
Você está escutando?!
Estão apedrejando nossas janelas,
tentando desintegrar nossa comunhão
Roubam nosso jornal,
para não lermos
nossa felicidade nas entrelinhas
Lá fora,
Tudo é aqui dentro
Lá fora,
as ervas daninhas não morrem
e são donas do chão
As pedras no nosso caminho,
eu as trituraria todas
se você me ajudasse mais
Por causa das dúvidas
que me cansam
e conduzem
essa paixão infundada
Todo dia penso em pôr fim
Todo dia penso
e elaboro
manifestações
de raiva
de marginalidade
Se formos como eles
não sofreremos mais
Mas também
não estaremos mais juntos.
(Estou me acabando)
sábado, 3 de janeiro de 2015
João aflora a minha loucura
Eu quero matar João
Quero fazer picadinho
daquele belo tatuado corpo
e guardar no congelador
em embalagens especiais
Eu vou regular o forno
para 180 graus
e fazer um assado para os Deuses
Não saiu nas cartas
essa minha vontade hedionda,
mas a fome que tenho dele
chega até ser digestiva e não só passional
Desejá-lo na cama e no meu prato,
é o amor mais doente que gosto de sentir
Meu instinto de pertencimento escolheu João
Tendo João no meu estômago,
eu jamais pensaria em abandono
Porque ele estaria em mim e não só nestas linhas
O que me difere dos psicopatas,
são só as minhas vontades que não realizo.
Você tinha razão, meu João
Eu te devoraria
somente para o transformar em poesia
Para sempre
Você não morreria
nem se eu te matasse.
Quero fazer picadinho
daquele belo tatuado corpo
e guardar no congelador
em embalagens especiais
Eu vou regular o forno
para 180 graus
e fazer um assado para os Deuses
Não saiu nas cartas
essa minha vontade hedionda,
mas a fome que tenho dele
chega até ser digestiva e não só passional
Desejá-lo na cama e no meu prato,
é o amor mais doente que gosto de sentir
Meu instinto de pertencimento escolheu João
Tendo João no meu estômago,
eu jamais pensaria em abandono
Porque ele estaria em mim e não só nestas linhas
O que me difere dos psicopatas,
são só as minhas vontades que não realizo.
Você tinha razão, meu João
Eu te devoraria
somente para o transformar em poesia
Para sempre
Você não morreria
nem se eu te matasse.
Assinar:
Postagens (Atom)