sábado, 3 de janeiro de 2015

João aflora a minha loucura

Eu quero matar João
Quero fazer picadinho
daquele belo tatuado corpo
e guardar no congelador
em embalagens especiais
Eu vou regular o forno
para 180 graus
e fazer um assado para os Deuses
Não saiu nas cartas
essa minha vontade hedionda,
mas a fome que tenho dele
chega até ser digestiva e não só passional
Desejá-lo na cama e no meu prato,
é o amor mais doente que gosto de sentir
Meu instinto de pertencimento escolheu João
Tendo João no meu estômago,
eu jamais pensaria em abandono
Porque ele estaria em mim e não só nestas linhas
O que me difere dos psicopatas,
são só as minhas vontades que não realizo.

Você tinha razão, meu João
Eu te devoraria
somente para o transformar em poesia
Para sempre

Você não morreria
nem se eu te matasse.

7 comentários:

  1. Menine, já te falei que sou sua fã? Babo nesses textos ;)

    Maravilhoso 2015 ;*


    www.faroestemanolo.com.br

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  2. Você é o assassino bárbaro e o refém desse amor. Um amor tão além da imaginação, além do sentimento, além de qualquer tentativa de explicação, que beira à loucura, mas é totalmente lúcido na sua loucura.
    Acho perfeito tudo isso aqui.

    Bjoo'os

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  3. "Você é o avesso, do avesso, do avesso, do avesso..." Você é original!

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  4. É, sempre soube que seria assim, no fim ele sempre teria razão porque o amor é todo razão, razão de existir, de sentir, de sustentar e saciar a fome de uma paixão com uma razão canibal. Adorei isso.
    Saudações!
    Quid

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  5. Esse João é mais forte do que parecia. João te define. Você define João. Indissociável.
    Feliz 2015 Helen, repleto de saúde e poesias ;)

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  6. Não dá pra matar o que não morre e, no máximo, se transforma. João tem sorte, lá no fundo.

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  7. Por que sinto exatamente isso? Essa fome indomável de transformar o meu personagem em partes de mim!!! Ah, eu amei muito essas palavras.

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