Eu estou bebendo muito
e correndo tanto,
de qualquer coisa que possa me destruir
ou me inspirar
por dois ou três poemas
Me sinto como um rapaz
vivendo nos anos 50
com um pôster da Bettie Page
atrás da porta do quarto
Desejando o que nunca vai ter
Não sei se corto o cabelo
ou mudo o meu trajeto rotineiro
Seus olhos de pesquisa
jamais compreenderão
minhas perplexidades
Se eu escrevo muito
é porque não vivo nada
Se eu escrevo pouco
acho que não sei viver direito
Já disse que tenho bebido muito?
Tenho falado coisas apavorantes,
me declarando
mais do que o Ministério da Saúde adverte
A tenuidade
entre o bom senso e a loucura
divide minha devoção
Você sabe de tudo
E saber que você sabe
vai matando aos poucos o meu lirismo
E eu sei
que a solidão vai nos engolir, meu bem.
Ninguém sabe tudo o tempo todo, mas você sabe ser você quando escrever poemas que te fazem tão contraditoriamente ampla ( como diria Walt Whitman) e isso me diz que muitos gostariam de uma poesia da Helen page no seu computador.
ResponderExcluirUm abraço e boa semana.
Tu soubes ser tu mesma escrevendo esses belos versos!
ResponderExcluirAdorei!
Beijo
Dionísio...
ResponderExcluirNão sei se agradeço a ele por lhe inspirar, ou agradeço a ti por poder lê-lo.
Tu se sentes como um rapaz nos 50, almejando um pôster.
Talvez Dionísio se sinta um rapaz no século XXI, envaidecido com tanto poemas abismais.
Nos anos 50*
ExcluirQue facilidade em dispor das ideias, que imaginação! Sou fanzaço, Guria de tua lira.
ResponderExcluirNão há doses recomendáveis para sentir, mas talvez o porre de sentimentos seja nossa lucidez.
ResponderExcluirQue mágicas são as palavras e você sabe coloca-las tão bem... Escreves com detalhes tão facilmente. Admiro sua escrita e viajo por suas histórias *-*
ResponderExcluirBeijos e uma boa noite!