quarta-feira, 15 de junho de 2016

Se eu não fosse tão comedida, lhe diria que você me deve um orgasmo

Sinto que
não tenho mais o que escrever
Você usurpou de mim
todas as palavras bonitas

Não consigo admira-lo como outrora
Sinto náuseas de mim mesma
Por ter decaído tanto
Ao enxergar em você algo edificante

Você sujou minha vontade
de permanecer em alguém
Mostrou-me a outra face desse engano

Onde a verdade não liberta
e nem dói
Onde a poesia não remedia
e nem emociona

A urbanidade em sua natureza
coopera para manter-nos longe
Por mais que eu tente procurar
com meus olhos de saudade
seu contorno estático naquela esquina

Eu escrevi várias vezes
que lhe queria mais outra vez
E tive
Mas pela metade, você sabe

Então quero de novo
mais uma vez, para ser a última
Mesmo que isso me fulmine
ou não me cause nada.

6 comentários:

  1. Você é incrível quando escreve.
    Às vezes sinto inveja por não ser tão boa.

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  2. Teu desejo carnal e espiritual por Dionísio, transcende qualquer personagem escrito por ti.
    Eu aprecio essa sua fome de utopia, e às vezes sito inveja também por não conseguir escrever tão bem!

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    1. Sinto essa fome porque a realidade definha. Você parece compreender.

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  3. Incrível sua capacidade de escrever sobre o mesmo tema, recorrente,sem se tornar repetitiva, enfadonha, muito pelo contrario. É demais da conta, surpreendente, camaleoa. Linda.

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    1. Ah, Fábio... Se tudo isso não está soando repetitivo, por que estou me sentindo tão cansada?!

      Obrigada, pelas palavras gentis.

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