domingo, 7 de agosto de 2016

Au revoir, grande homem pequeno.

Eu vivia na espera dos gestos noturnos
Era só ele encaminhar aquele olhar insano sobre mim
Que eu duvidava da existência dos Deuses
Era só ele dar a entender que me queria
Que eu pegaria meus livros todos e faria uma fogueira
Para aquecer nossos corpos extasiados
De tanta luxúria e desejo
Agora, olhando para o passado-recente
Percebo que eu não mensurava os danos dessa doença
A cura não é absoluta, o vício pode retornar
Quando ele passar por mim na rua
entretido com a paisagem urbana
Me inspirando sem querer mais uma utopia boba
Eu tenho uma fraqueza por belos receptáculos
Os que me fazem crer em divindades
somente por poder admirar perfeitas anatomias
Talvez seja futilidade minha
apreciar mãos bonitas, corpos grandes e robustos
decorados com olhos de atacamita
Mas é por eles que escrevo
e me dispo até a alma
É por eles que me distraio 
só para me destruir.

Meu bem, eu gostei tanto de você até cair
Agora me deu vontade de levantar e gostar de outra pessoa.


20/07/2016

7 comentários:

  1. "Eu vivia na espera dos gestos noturnos" Vivo a espera de seus versos, também.

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  2. Maravilhosa! Você sempre adoece por olhos de atacamita, seria comum se você não escrevesse sobre. Mas faz isso como ninguém.

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  3. Ah, excelentes poesia, impecável! Parecem mais estrofes de um longo e interminável poema. Belíssima poetisa, tu é o máximo!

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  4. Que essa fonte inesgotável de inspiração nunca cesse, Hellen! Você é pura poesia e sentimento destilado!

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  5. Verdadeiramente, tu é alegria poética dos grandes e pequenos, homens. Nada se compara à tua graça que torna a tua poesia viciante ...
    bom domingo.

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  6. Respostas
    1. Por que no no final as dores se sobressaem mais?
      Minha visão nunca abrange o todo.

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