Eu perdi as estribeiras, querido
Posso lhe chamar de querido?
Mesmo que soe tão falso
como sua bondade
Eu pensei em jogar bilhetes
no seu quintal
Eu quis pichar a calçada do seu trabalho
Senti vontade de colar panfletos
do que te escrevi
nos postes todos da rua dos Andradas
Mas pessoas como você
não merecem nem a água que bebem
É como se apenas sobrevivessem
de egocentrismo
Após entender isso,
escutei músicas horríveis
só para conseguir chorar de verdade
Eu conheci homens adoráveis, e vis também
Por muito tempo eu me esquivei
de toques
de olhares
minuciosos
Depois descobri a delícia
de abraçar quem quer me abraçar
de despir quem quer se desproteger
somente para mim
Mas ainda penso em você
quando lembro de sentimentos arredios
e toques aveludados
Você conseguia elaborar uma réplica de paixão
embasada num olhar abrasivo
Você me tocou e eu me senti viva.
02/08
Título: Manuel Bandeira
Bárbaro, bárbaro...
ResponderExcluirVocê é tão admirável!
ResponderExcluir"Eu pensei em jogar bilhetes
no seu quintal
Eu quis pichar a calçada do seu trabalho
Senti vontade de colar panfletos
do que te escrevi
nos postes todos da rua dos Andradas"
Esse seu ir e vir poético que é tão suave quanto desesperado, mescla minha vida com utopia quando penso que sinto tudo sozinho.
"Depois descobri a delícia
ResponderExcluirde abraçar quem quer me abraçar
de despir quem quer se desproteger
somente para mim"
Isso aí eu tirei pra mim porque depois que passei a viver isso, minha vida mudou completamente.
Moça,
Não sei fazer versos, por isso quando encontro coisas boas assim, como os teus, não consigo me conter. Me espalho. E trago comigo.
Obrigada pela leitura que permitiu.
Um beijo,
Jaya.
Jaya, eu quem agradeço por esse encontro.
ExcluirUm beijo! ❤
Pessoas merecem água, desde as próprias lágrimas a versos como os teus, que bebemos como se tivessemos sede de tudo e temos. E quando te leio, te sinto frágil, mas ao mesmo agradecida, como se toda a tua poesia dedicada a um ser único, te fizesse única, nesses tempos em que nossas almas querem um silencio que só sopre um chamado de paz, num tempo em que ninguém pode, nem deve ser algoz de ninguém ...
ResponderExcluireu te amo, quando tua poesia é uma analise perfeita da condição do pensamento e porque ela me lembra disso.
Boa semana e um beijos sob as unhas das tuas mãos.
Eu preciso tanto, mas tanto de paz.
ExcluirNunca sei o que te dizer, obrigada por ler tudo isso.
Sinto que se eu não escrevesse, enlouqueceria.