sábado, 3 de junho de 2017

Ontem à noite, a noite tava fria, tudo queimava, nada aquecia.

Você me causou danos irreparáveis
E te ver naquele breu noite passada
Desenraizou sensações profundas em mim
Enquanto Humberto Gessinger cantava
Que aquela noite, aquela noite estava fria
Tudo em mim doía
Eu gostei tanto de você, Dionísio
Para terminar assim
Me faltando luz, palavras e sossego
Você me olhou 
como quem olha e se arrepende 
um nanossegundo depois
Eu te acompanhei de fita
Vi você me ver fingindo que não via
Vi você destilar encantamentos em outros ouvidos
Vi uma mão pousar na sua perna
Outra mão acariciando seu ombro
Vi você tentando ser grande
Mesmo sendo tão parco e diminuto
Vi as luzes daquele bar refletindo  
sua beleza ascendente
Me vi caindo
Por que você não vê?


Título: Piano bar - Engenheiros do Hawaii

11 comentários:

  1. Mais do que nunca, "era minha aquela solidão".
    GK

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  2. Minha poetisa gaúcha a quanto tempo! Uau!!! Muito show! E esse titulo! Não precisava escrever mais nada! "um nanossegundo depois", que minúcia! Que grandeza de detalhe! Tu é inconfundível, só tu mesma! Grandiosa Guria! Beijos!

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  3. Dionísio, seu adorável precipício.

    Beijos Helen! Saudades!

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  4. Peguei nojo de Dionísio, desculpe.

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  5. Às vezes passo pelo blog, tento escrever alguma coisa e desisto... Meus dias têm sido corridos, mas sinto tantas saudades de escrever! Mesmo assim, não deixo de ir aos blogs pelos quais tenho carinho (ou tenho carinho por quem escreve). Encontrei Humberto no teu último título, e ah... Como não ler? Você, sempre impecável na poesia. Mas Humberto reforçando ainda mais os sentimentos do texto, com uma escolha perfeita de verso.
    Bom vir te visitar um pouquinho, bom encontrar Humberto aqui.
    Cuide-se bem, minha querida poeta. Sigo esperando que toda essa dor seja mais lírica que real. Tua alma é feita de luz e ela merece todo o amor do mundo.

    Deixa o Humberto seguir cantando: "Nunca mais quero te ver chorar".

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    Respostas
    1. Bianca, o carinho por ti e por sua poesia é recíproco, lamento não encontrar mais seus posts no blog. De verdade.

      Nos acompanhamos há muito tempo que é como se nos conhecêssemos de chás e fins de tardes.
      Então volte no seu tempo, quando tudo estiver mais ameno e calmo, estarei aqui para lê-la.

      Desejo luz para nós, que sigamos independente da realidade vil.

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  6. Volto sempre aqui, sento e me embriago de seus versos

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  7. Aos poucos longe... de tão perto, assim em mim doeu.

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