segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Me beija de novo, quero lembrar amanhã

Eu lhe beijei depois de quase dois anos
E não tocou Creep na minha cabeça
Eu lhe beijei e não consigo lembrar do beijo
Só lembro da frase reles 
que você proferiu nos meus ouvidos
Em meio àquela madrugada escassa
Você só me causa curiosidade agora
Como vive o homem adornado de álcool e 
fama arruinada?
Como posso viver bem 
se lhe coloco sempre na minha vida 
quando a poesia ameaça a me deixar?


















Arte: Agnes Cecile

7 comentários:

  1. deixa tocar, só deixa tocar....

    Abraço,
    Sara.

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  2. "Como posso viver bem
    se lhe coloco sempre na minha vida
    quando a poesia ameaça a me deixar?"

    Caralho, Helen... você sempre tem uma frase dentro dos teus poemas que me resume INTEIRA!

    Aqui se parece tanto comigo. Acho que estou em casa.

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  3. Dionísio é o marcador inevitável que sempre me devolve a Hilda Hilst. Mas o teu jeito de escrever e sentir é todo teu, original e dolorido.

    Esses últimos versos me doeram, porque um dia vivi assim. E fui uma nova pessoa quando descobri melhores poesias dentro de mim.

    Você é sempre incrível.

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    1. Jaya, é engraçado que quando comecei a escrever meu Dionísio, eu ainda não conhecia o de Hilst. E foi mágico tamanha predestinação de um personagem para o outro e com o outro.

      A poesia é mesmo abençoada!

      Obrigada pelo afeto! ♥

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