sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Grace não sabia amar
Grace se tornara a graça das minhas ultimas semanas. Mas nunca quis ser o ponto alto da vida de alguém. Não tinha nada a ver com medo, nem com problemas com desapego. Ela só sabia do que não queria naquele instante distante. Quando a conheci, ela sem querer relatou o seu grande plano sobre nunca se deixar levar. Achei informação demais para digerir ali, em um show de uma banda cover. Mas ela falava sem parar, consumindo um cigarro após o outro. Toda terça-feira eu a encontrava no mesmo bar, isso por oito semanas seguidas. E a cada sete dias eu tinha motivo para estar contente, um bom motivo. Ela achou os três covers dos Beatles mais chatos do que eu, gritava ao som de Led Zeppelin. Não contia as lágrimas com Depeche, mas gostava mesmo era de Franz Ferdinand. Não pedi seu telefone, só sei seu nome. Depois da oitava semana, nunca mais a vi. Mas se eu tivesse tempo... Despediria meu medo, para despir seu coração. Se fosse em vão... Não sei. Agora Grace já se foi.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Tudo termina assim... Num sopro de saudade.
Minhas malditas e indispensáveis paixõezinhas platônicas não acabam por aqui... Elas levam pedaços de mim para além das fronteiras, para o outro lado do país. Vivem melhor correndo a quilômetros. Elas percorrem estradas empoeiradas e me cercam em becos sem saídas. A minha vida eu escrevo assim. E não existirá o dia que acordarei sem criar fantasias e disparates insanos. Eu desde o inicio prefiro o improvável. Eu gosto do que não vai acontecer, eu meto meu coração em cada cilada. E não tenho razão pra isso, acho que só gosto do estrago. Eu retruco com minha decência só para o qualquer mais bonito amanhecer na minha cama, eu incomodo minha paciência só para dar trela ao mais chato. Corrompo minha consciência só para limpar o peso das lembranças. Eu sou assim, crio histórias sob minhas casualidades. Imagino o futuro no acaso. Gosto mais do que não põe certeza e do que não me rouba alívio. Alívio não combina com esse meu mundinho de faz de conta. Alívio eu só quis para o amor que não deixo de sentir.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Distração que o tempo não dissolve
Ele ficava tonto em meio aquelas luzes de neon e aquele barulho misturado a minha voz quase que inaudível pedindo que largasse aquele copo e fugisse dali comigo. Ele ria tanto, e eu só queria abraçar aquela loucura. O que eu mais gostava dos seus momentos longe da sobriedade, era seus olhos fixos nos meus. Porém ele falava pouco, quase nada. Mas me olhava constantemente sem hesitar. Eu disse que não mentiria, mas a unica coisa que via era seus olhos destruindo minhas verdades. O problema era a tal loucura dele que o impedia de ir embora comigo. E também ir embora de mim. Ele queria ficar, ficar mais um pouco. Quem sabe ficaria mais se eu pedisse. Ele só viveria para sempre naquelas luzes impertinentes que o cortava das minhas retinas se eu soubesse viver desse jeito. Eu queria um sentido novo, ele insistiu em ser minha atração desfocada.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Bem mais que o tempo que perdi
Meus pés já esqueceram a poeira daquela rua... E no outro lado da linha troquei meu silencio com um desconhecido ardiloso. Sai ganhando, o silencio dele pesa mais que o meu. Preferi ir adiante, mas cada vez mais distante de mim. Aceitei o contentamento com o coração liberto de toda a ansiedade. Eu não sei o que acontece depois... Ou agora. Eu não mudei, mas estou tão diferente. Talvez seja um amadurecimento tardio, que trouxe um olhar irascível, que atou minhas vontades e me tornou mais desalentada. Ah, não sei. Mas queria saber, saber onde fui parar. Porque gelo esculpido também vira água.Vazio já existia. Hoje preciso é de mim e mais nada.
sábado, 3 de novembro de 2012
Eu fui chamada no escuro por um coro de fraudes bonitas...
O único que não quis ir embora, é o que não sabe fazer silêncio e agora canta para mim. Tem os olhos que me inspiram amargura, as vezes tenho medo. Não dele, nem de seus olhos... Medo da mediocridade que envolve meus dias. Com todo o bem que me faz, eu nunca soube distinguir a razão por trás da bondade. Mas se doando para a minha alegria, ele obtém tranquilidade. Ele não foi embora, porque aqui ele é feliz também. Ainda mais do que eu. E desço a rua já pensando em encontra-lo, mas é ele quem me encontra. Ele nunca profere uma palavra, mas sempre me diz tantas coisas. Ele canta baixinho e suspira no intervalo da nota mais bonita... Me fazendo perdoar os que se foram. Perto dele, eu tenho vontade de esbarrar na felicidade. Sem pedir desculpa. Enquanto ele canta, eu converso com Deus.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Meu amor de mentira.
O sossego agora é meu.
Ninguém nunca disse nada, mas eu vasculhei as exatidões.
Eu pretendia esconder a pretensão. Eu dizia até mais... Querendo nunca dizer adeus.
Lembro do que não aconteceu, eu escrevo o que não vivi.
Eu gostava é da mentira, pra ver a verdade um dia chegar...
Abria a porta, fechava a boca. Construía um inferno para te torturar.
Nem com todo o amor dessa vida, eu não consigo mudar.
Ninguém nunca disse nada, mas eu vasculhei as exatidões.
Eu pretendia esconder a pretensão. Eu dizia até mais... Querendo nunca dizer adeus.
Lembro do que não aconteceu, eu escrevo o que não vivi.
Eu gostava é da mentira, pra ver a verdade um dia chegar...
Abria a porta, fechava a boca. Construía um inferno para te torturar.
Nem com todo o amor dessa vida, eu não consigo mudar.
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