com os dentes nervosos
Enquanto seus olhos abrigam açudes
que desafiam as represas
Ele se aproxima dela e nada diz
A raiva contida faz o ambiente
A sombra do que não é dito
constrói novas paredes
Suas palavras conhecem o torpor
E ela reflete que essa paixão
é mais uma maldição que a vida joga sobre ela
O perdão não existe no silêncio
E esse homem sentado ao seu lado
não quer se desculpar por gostar de outra pessoa
Ele só gostou dela por toda a tristeza escrita
Pela poesia abatida,
a fragilidade depositada em tudo que pudera ler
Mas juntos, ela alcançava a felicidade
agora ele precisa ir embora para usurpar outras melancolias
Ela se desprende da raiva e pergunta
Por que?
Em pé a sua frente, por entre ombros ele responde
Gente feliz é feia.
E se foi.
Que senhora imagem você materializou na primeira estrofe.
ResponderExcluir"Gente feliz é feia". E gente infeliz também. O extremo não é são. Bom é ser mais ou menos.
ResponderExcluirhttp://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/
"A sombra do que não é dito
ResponderExcluirconstrói novas paredes"
Às vezes esse clima tenso de silêncio é pior que uma briga... é estranho e muito desconfortável.
Abraço.
Aprecio tua presença aqui, moço dos olhos bonitos. (como já te disse)
ExcluirNão o condeno. Há uma beleza na tristeza, uma atratividade quase irresistível em versos tristes. Já quis um poeta triste. Hoje eu só quero um poeta que oscile entre a tristeza e a alegria extremas.
ResponderExcluirBelos versos, Hellen.
:*
Sacudindo Palavras
Para além de ser um poema lindíssimo, eu me identifiquei com tantas partes, tantos versos marejaram-me os olhos que terminei desistindo de destacar uma. Eu reafirmo, sua capacidade de fazer, do seu diário, poesia é extremamente encantadora e só melhora. Acho que nem feliz você ficaria feia!
ResponderExcluir