quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Caminhando pra nunca chegar

Diz que chove aí
Quarta-feira, 3 da manhã
Enquanto aqui penso em escrever
Sobre outros homens com o mesmo nome

Meus quereres
são interessantes anomalias
E a sabedoria
me prostra   

Achei que perdi 
porque achava que tinha
Será a poesia
um prêmio de consolação?

Quando quiser 
me d[escreva seu dia
e aquele et cetera todo

Depois lembra do bilhete
que te dei, advertindo:

''Não tenho mais tempo
para ficar planejando desfechos
para um único personagem

Há tantas pessoas lá fora
que renderiam bons sonetos
Mas você,
você inspira um livro todo

E eu passo a ter medo
de mim''

Hoje ainda tenho medo de mim
e ninguém me inspira mais nada

4 comentários:

  1. ''Hoje ainda tenho medo de mim
    e ninguém me inspira mais nada''

    Hoje o que restou de mim foram migalhas de poesias ou sonetos falhos, pois até a inspiração traiu meus ideais. Hoje não restou nem a palavra eu.

    Que linda sua poesia, que bom que pelo menos restou um pouco de inspiração ou desilusão para que você tenha escrito essa poesia, que bom que restaram as palavras.

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  2. No fim, todos se vão, mas as recordações ficam e as traduzimos em belas palavras.
    Como neste seu escrito.

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  3. gosto de pessoas que dariam um livro todo e gosto dessas que dão medo, são as melhores.

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  4. Essas coisas do coração não tem razão. Sentimento não se explicar, se explica ou não. É um mistério o querer, vai entender os mecanismos da paixão.

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