terça-feira, 29 de abril de 2014

O mundo detrás

Abro a janela
ele já passou
Corro até a esquina
Nem rastro dele
Paro na padaria
Ninguém o viu
Compro pães
mais indigestos
que a sua indiferença
E essa abstinência
me treina
para ver a Tristeza
Digo, Tereza
Minha psicóloga

E finalizo
com M. Rezende,
ele morre em mim
debaixo de um dia simples
e nada mais resta
do meu coração partido.

8 comentários:

  1. Talvez esteja a procura do corpo, mas o que precisa enxergar é o sentimento que está logo aí dentro de si.

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  2. Isso me lembra um pouco os ''amores platônicos'' que tenho ao andar por esse Rio tão diverso. Você é sempre muito lírica

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  3. Uau! Viva à Tereza!, da psicologia... E viva à Hellen!, da poesia... Muito delicioso isso de fazer poesia! Adorei como fez! Blogueira, convido para que leia e comente “THE SMITHS, O CONTO” em meu http://jefhcardoso.blogspot.com

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  4. Ele morre, mas você o ressuscita em mais um belo poema.
    Eita, homem de sorte.

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  5. Parece que é como perseguir un soño...

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  6. gostei dos versos "que a sua indiferença\ E essa abstinência \ me treina \ para ver a Tristeza...

    sobremissão por ramonlvdiaz

    sim tua suspeição é cheia de dedos
    e a mão que segue vazia dorme no
    mármore o esforço de estátua que
    não quer terminar - ruma na base de
    helena renascida já despida em falso,
    translúcida a despedida que mira seu
    azul de percalço e a hora da estrela
    incongruente ou talvez só - reflexos,
    todas as vozes na ânsia por trás da
    cortina só enquanto recurso no verso
    que não prefere mecanismo ou nexo;
    o ar rarefeito é teu perfeito e refém
    desta periferia tão sempre ao alcance
    desperdiça vazios que teu corpo habita.

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