segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sobre o impróprio

Você me arruína, homem. E eu gosto assim...
De viver com a serenidade cheirando a carniça
Me espreita todas as horas de todos meus dias
                                                        cansados]
Decompõe minha vontade de afastamento 
Cada vez que ressurge atrás do meu abismo
                                                      literário] 
Porque aprecia a maneira como escrevo
nosso desencontro
Encontrando remediação 
para o nosso falso descaso
Nosso que não é bem nosso
Eu quero viver essa relação deficiente 
ambientada no plano das ideias descabidas 
Porque é verdade, sempre foi...
Ninguém te inventa como eu
Se for para ter medo,
te dou o meu.

7 comentários:

  1. Encántame o primeiro verso. Os homes son a ruina das mulleres, e as mulleres son a ruina dos homes. Plauto xa dixo que "Homo homini lupus". Non creo que o dixese no plano emocional. Pero non deixa de ser verdade que a peor tortura para nós, os humanos, é o sentimento. A emoción. A exposición a outros seres humanos...

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  2. A poesia nos reinventa. Mais uma vez ótimo!! :)

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  3. Que, ao final, nos teus ombros, só os meus escombros.
    GK

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  4. o circulo do amor é terrivel, ninguem escapa do fascinio que é este permanecer, talvez,
    petrificar o que as estátuas desfiguram e se assemelham ao último ato de seus domínios [e viver esta lira pesada] - talvez - também soubessem, quando eram plásticos, que há beleza no congelamento extremo... na materia inanimada, que ja sabemos que não irá rescucitar com os versos que sempre suspeitamos brandos...

    e quem lançará a pedra no lago e desconfiará que suas ondas não tem qualquer sentido? que esta inserção de nós mesmos, pelos versos que não cessam é talvez tudo aquilo que em nós só ousamos refletir e especular espelhos moribundos... quem terá a coragem santa e louca de manter um silencio crescente e disso nada resultar no plano dos concretos? carregar isto sem qualquer palavra na boca...

    Na tentativa de implodir o amor, seus restos e rastros, foram todos sepultados, ou seus registros ainda nos agonizam, talvez sobrepostos na paranormalidade do dia-a-dia que também tudo acentua?

    um abraço

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  5. O amor tem que te tirar do centro.

    Adorei a forma como escreve.

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  6. Teus versos deixam minha imaginação viva, arrepiam enquanto caem sobre mim como chuva.
    Saudações!

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  7. Por que o que enxergamos do outro tem que ser invenção, por que o espelho diz mais verdades do que o olhar?

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