Admirando os amores pela vitrine
Enquanto os garis limpam a agonia
que eu deixo nas ruas por onde passo
''E essas ruas não têm mais nada de mim''
Que trabalheira!
Escrever o amor que nunca me tiveram
Meus vinte anos pesam o dobro,
quando dobro a esquina de casa
e ninguém me espera no portão.
Título/Aspas: Três da madrugada - Gal Costa
Existem escritores que de tão prolixos perdem os conflitos humanos, por deterem-se em conflitos de palavras. Você consegue em poucos versos, escancarar um conflito tão grande quanto a nossa vida e solidão.
ResponderExcluirSinto o mesmo quando saiu da faculdade e já não tenho pra onde ir ou pra quem ligar, ou ao menos de quem saber, "oi como vai você?" Ter que voltar pra casa e percorrer todo o caminho e a noite sozinho, é pesado... creio que analogamente ao que diz "peso em dobro". Mas, por que precisamos tanto de alguém? Sempre quando estamos livres, parecemos querer segurança, e sempre quando seguros, parecemos querer liberdade. Enfim, parabéns pelo poema, me fez viajar, e viajar, e viajar, e.
Céus, como pode usar as palavras com tanta maestria, sagacidade e amor? Desses amores que nos fazem querer viver desesperadamente. Quero viver todos os amores embutidos em suas poesias porque essa vida já não me apetece...
ResponderExcluirSabe, esse teu amadurecimento precoce a golpes de angustias, agonias e ausências, fazem crescer em sensibilidade e pureza tua poesia, teus versos trazem saudades da nossa ingenuidade e também da "certeza" que o amor só dói quando é lindo.
ResponderExcluirEu saúdo nessa hora, tua agonia.
Nossa, que lindo!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirFiquei encantado, Hellen.
Obrigado pela tua poesia.
um beijo.
Poucas palavras que carregam o peso de uma vida, apesar de uma jovem vida. O velho fado de querer compartilhar a solidão, quando as ruas parecem vazias e sem vida.
ResponderExcluirEu disfarço e disfaço, mas a verdade é que, no fundo, "eu tenho medo do escuro, medo do inseguro, dos fantasmas da minha voz", medo de andar sozinho.
Seus textos sempre são fascinantes.
Há mais tempo para alma.
ResponderExcluirQuando tu me falas que é sempre bonito o que resulta dessa privação nossa do sossego, penso em tua escrita. Ela é argumento que prova tua afirmação.
ResponderExcluirBem, "love brings us to who we need", não é?