terça-feira, 30 de setembro de 2014

Eu não tenho mais salvação

Você destilou a minha vida
nesta paixão que é impossível viver
Os meses que não nos falamos
me convidam a conhecer
todas as coisas que não entendo
Você foi o poema das duas sílabas
e a insensatez desta jornada inteira
Nunca lhe vi, hoje percebo
que nunca o inventei
Jamais poderia criar 
tal força cosmogônica 
Planetas lhe cercam, você não quis ser meu Sol
Estrelas lhe preenchem 
Você é a noite escura
Sempre serás o Céu
E Seu
Você é seu
É também muito meu e não sabe
Te quero desde as poesias imemoriais
Desde os fados mais dramáticos
e sonetos desequilibrados
Te sonho desde que me vi acordando pra vida
quando escrevi teu nome com o maior zelo do mundo
Essa poesia existe desde quando
você foi batizado com o nome João.

6 comentários:

  1. Helen, a gente se pega escrevendo novamente para eles, sobre eles, e não tem razão, só a poesia sabe traduzir. Quantos queriam ser esse João.... Como é bom poder escrever e desabafar o amor abafado

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  2. João :'(

    Sobre insensatez da jornada inteira, eu entendo muito bem.
    Adorei!!

    beijoo'o
    http://flores-na-cabeca.blogspot.com.br/

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  3. Nosso João é uma extensão de nós mesmas. É nossa gênese poética. É tudo.
    Incrível, se cada romance não fosse tão singular, eu te diria que vivemos a mesmo história e não percebemos.

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  4. "Essa poesia existe desde quando você foi batizado com o nome João". Que lindo, que singular, que original, poetisa admirável!

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  5. Essa poesia existe desde quando ele foi fecundado fecundando esse amor em ti.

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  6. Eu sinto que você dança por entre as palavras, como se vivesse um festival de saudades.
    E se resigna dizendo: " sei lá, ta lá e pronto!". Eu gosto dessa imensidão no todo dos teus versos.
    Saudações.

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