domingo, 26 de junho de 2016

Deixa eu confessar essa vileza

Nossos lampejos
de sentimentalidades
não mata a fome mundial
Nossa arte
não conserta a desigualdade
Nem esmaece a corrupção
Nosso senso de justiça
não afaga os oprimidos
Como Leminski,
acho que jamais serei
poeta social
Tudo o que escrevo
é muito confessional e vil.

7 comentários:

  1. E isso não deixa de ser importante,mas o que importa é reconhecer que qualquer confissão, importa de reconhecer o mais adiante e da importância do não ... e não, ninguém se interessa por essa declaração, a poesia é isso, sentir e não interessar-se pelos jogos de salão.Lampejos e arte não salvam o mundo, mas gravam pensamentos para o futuro e isso é tudo,porque o presente é um morto.
    Boa semana.

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  2. querida, tenho o mesmo sentimento. acredito que até dentro do mundo acadêmico não fazemos as revoluções; fico com a mesma sensação que voce. incomoda.

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  3. Arte inútil só seria se você não escrevesse.

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  4. Nós não consertamos, mas acho que cantamos a desigualdade - a nossa e a dos outros -, muitas vezes, à espera de alguém que conserte por nós.
    Gosto bastante das coisas que você escreve :)

    Ah! E obrigado pelos comentários lá no ACdC.

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  5. Se uma pessoa que puder se aliviar e se identificar com que a gente escreve, já é bom para a humanidade. As pessoas no mundo estão carentes de arte, estão carentes de sublimação. No fundo, só a arte salva.

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  6. Que coisa mais linda!
    Amei, de verdade!

    Beijo

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