As últimas palavras do ano só vão confirmar o meu apreço por tudo que já escrevi antes... Entre parágrafos e pontos finais eu batizei o meu isolamento. Abrirei os braços para os trezentos e seiscentos e cinco dias que baterão em minha porta amanhã. Não há peso, nem lamúrias, nem raiva, quiça dor. De tudo que espero da vida, só não me permito retroceder. Numa conversa com uma amiga, eu disse: Difíceis são as perguntas que eu ando fazendo para a humanidade... Sei responder que o motivo é a noção de saber antes tarde do que nunca que as coisas não estão nem perto de estar onde deveriam.
E para completar, digo mais... Eu não sinto o que anseio sentir, eu não estou onde queria. E agora acho que estou a escrever mais um texto sujo que me fará rir depois, mas está tudo tão transparente agora. Eu posso falar sobre, mesmo que as palavras demorem a chegar, mesmo que eu me perca no caminho e me desencante com os meus próprios devaneios que não me tiram do lugar... É que eu nunca percebi antes, que jogar a vida fora me custará alegria mais tarde. Todas as pessoas esmaecendo, e levando o melhor do que já senti. Todas as dores que no fundo foram tão poucas...
E o amor, profundamente raso. E as minhas reclamações disfarçadas de poesia. Não esquecendo nunca da saudade, querendo ser editada, transformada e sempre crua. Admiro meu esmero ao pensar nos desejos mesquinhos, e nas verdades desconexas. A minha graça em viver está em fazer a pior merda da vida, e ainda assim continuar vivendo. Porque aplaudir de pé os meus fracassos me diverte muito. Remediando as bobagens para quem sabe viver melhor. Não quero nada além de mais desajustes, me interesso pelo conflito. 2013, te espero ansiosa.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Ilusão à toa
A cidade sempre guarda uma saudade...Da criançada que outrora fazia história na calçada, que choravam por nada e com nada se faziam bem mais felizes. Nada... As ruas vazias já não dizem mais nada. As árvores, só os pássaros as querem bem. O asfalto não mais conhece a textura de um par de pés descalços. E eu não sei quando você vem. O vento sopra os balanços na pracinha enferrujada, as correntes rangem de amargura pelo esquecimento que deixamos acontecer. O descaso nunca foi tão puro... A poeira sempre passa por baixo da porta, mesmo que ninguém tranque a janela. Não me importa ser quem senta e escreve assistindo a vida arder. Vão dizer que te amo, mas liga não... Nem sei quem eu sou. E eu também, sempre guardo um pouco de saudade.
sábado, 22 de dezembro de 2012
E em cada letra no papel.
Nem eu posso comigo quando insisto em te amar desse jeito. A cada pensamento dissimulado eu corro de mim mesma, porque pensar ainda me faz desistir. E a maturidade é só uma ilusão, eu não te alcanço mais. O esquecimento dura sempre por muito pouco tempo, até eu te colocar naquela mesma esquina, e te nomear como minha solidão. Eu não quero mudar o canal. Eu quero é rebobinar os dias, só para te ver dizendo novamente que nunca duvidou... Porque as tuas certezas me curam por dentro. Sabe, eu só queria sentar do teu lado e contornar os traços das tuas mãos com o dedo, e te olhar por infindáveis minutos com alivio no peito, por saber que não vai ir embora de novo. Sem dizer nada, pois as palavras nos cansaram demais. Podia também deixar de odiar o calendário, e riscar os mais de seiscentos dias que não te vi. Mandar a culpa embora, e usar esse amplo espaço para abrigar o alivio. Sabe, eu não sei mais de nada. Mas eu já telefonei por menos... Eu poderia me libertar agora, discar teu número perdido e dizer alô, depois te lembrar de como você é bom em partir um coração. Mas agora, tanto faz...
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Caso o mundo acabe...
Ria junto comigo de todas as besteiras feitas em nome do amor. Jogue fora os palpites e estende na janela todas as certezas mais bonitas. Ser feliz nunca foi tão fácil. Se o mundo acabar amanhã, me queira bem agora. Não me desprende do coração, e fica mais um pouco. Temos tanto amor ainda. Meu bem, me guarde no intervalo de um suspiro bom. Só hoje, abandona essa inconstância e deixa eu te prever na minha pele. Deixa as roupas espalhadas pela casa e vem logo que o café está quase frio... A chuva chove de uma maneira tão graciosa lá fora, a vontade de um abraço renasce no impulso de nunca querer dizer adeus. Escuta os pingos d'água dançarem no telhado, e deita no meu colo. Sim, é claro que temos tanto amor ainda. Permita que meus cílios pousem nos teus, se não mais acordarmos... Tá tudo bem, estamos em paz.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
E apenas esqueceria do mundo?
O que nos trouxe até aqui, teu charme fantasiado de indecisão, minha burrice querendo parecer insanidade. Você brinca de não entender nada, porque prefere ser mais um cretino com data pra ir embora.
E gostar de você, é como um engasgo com um maldito caroço de pêssego. Eu nunca sei quando voltarei a respirar novamente...
E gostar de você, é como um engasgo com um maldito caroço de pêssego. Eu nunca sei quando voltarei a respirar novamente...
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