terça-feira, 27 de agosto de 2013

Carnificina literária

Se te moldasse
com arame farpado
talvez só perderia
alguns dedos

Te moldando
dentro dessa linguagem substancial
eu perco esperança

Mas todo drama
vale um romancezinho
bem água com açúcar

Se te mandar ir pro Inferno
é capaz de eu ir junto e carregar suas malas

Se te mandar pro Céu
Deus não te aceita

Eu que te aceito
não tenho sorte
do amor tranquilo
à la manière de Cazuza
com sabor de fruta mordida

Mordida
vivo eu
dentro
desse
pecado

Por que dou risada
quando sei que fiquei magoada?

(Foda-se você, foda-se todos nós)

3 comentários:

  1. Amor que não tem briguinha não tem graça e nem dura. As arestas vão sendo aparadas e, no fim, dá certo! :)

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  2. É que o amor que machuca, não deixa de ser real.

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  3. Creio que amor tranquilo inexiste. E se existisse, seria morno demais.

    Gostei mesmo desta 'Carnificina literária'.

    Beijo.

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