domingo, 21 de setembro de 2014

Caio, encosta em mim para não me ver caindo

O adorno 
mais interessante dos últimos tempos,
se tornou a infecção mais apreciada
por todos que me viram sendo usada ou lhe usando

Me olhava no espelho,
sem dor alguma
Porém, a ferida estava ali
crescendo todos os dias

Sem odor algum,
só aquela vermelhidão 
da maçã que ninguém ousa tirar um pedaço
por temer estragar a personificação da beleza

Você foi o corpo estranho
que o organismo expulsou da minha pele
O que era bonito aos meus olhos
me corroía por dentro.

Sobre o título: Referência ao meu amado, quiçá amante espiritual, Caio Fernando Abreu.

8 comentários:

  1. Tanta coisa pra comentar... Tua poesia é imensa. Tentei me deter num detalhe. Mas, qual o que, tua poesia é cheia de detalhes, de minucias, de entalhes caprichosamente tralhados, polidos. Um luxo só.

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  2. Concordo plenamente com o comentário do Fábio. Seu modo de escrever é bem peculiar e não cansa nunca. Parabéns.

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  3. Nossa, que profundo, forte, instigante.
    Eu adorei o post, adorei tudo aqui..
    Estou ficando!!

    Abraços!!

    Caso queira, dá uma passada no meu canto, ia adorar te ver por lá
    http://flores-na-cabeca.blogspot.com.br/

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  4. nossa, que sensível!! muito bonito.
    gostei muito.
    os toques para não cair, a vontade de permanecer!

    dentrodabolh.blogspot.com

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  5. Versos misteriosos, mas que não deixam nada por dizer. Tuas palavras me traduzem, sempre.

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  6. Bom dia Hellen... vestiu a poesia com tal profundeza, a nossa alma muitas vezes grita dentro de nós pela libertação..
    tudo sempre se harmoniza no final.. ou n continuação.. pois final não existe..
    bjs e até sempre

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  7. Difícil é fazer a razão da dor encontrar a ilusão do olhar.

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