Estou fazendo tudo
o que me instiga vontade
Estou bebendo e dançando
Me esbaldando e beijando
os homens que sempre quis
Estou cobiçando e sendo cobiçada
A luxúria é meu pecado preferido
Meus olhos cintilam
quando o qualquer mais bonito
me enxerga com desejo
Esse seu jogo noturno
de todos os finais de semana
Também parece me enaltecer
Estou gostando
de escrever desejos
com meu batom vermelho
nas clavículas mais sinuosas da cidade
Não sofro mais sozinha, meu bem
O corpo é meu
A poesia também
Me deixo escrever
com minhas unhas em costas largas
Qualquer verso que faça
meu tesão virar rima
Escrevo com a língua
na pele mais tenra
Uma prece
que faça eu te largar nas lonjuras
desse encantamento
Hoje eu bebo danço e beijo
trepo se quiser]
Depois escrevo
e faço de conta que nada aconteceu
E repito tudo de novo
Vou me dissipar na ilusão
de que sou capaz de te esquecer
Quando me emaranho
num outro amontoado de ossos
que disponha de olhos verdes nocivos.
segunda-feira, 30 de maio de 2016
quinta-feira, 26 de maio de 2016
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, puro susto e terror
Eu gosto de você, homem
Você pode gostar
de outro homem
Que eu nem ligaria
Talvez você goste mesmo
de alguém
Porque sua vida pueril
não parece ter
significância alguma
Se você anseia por alguém
O tanto que anseio por você
Fomos programados
para doer
Você se dói
nos braços das moças
de pernas bonitas
Eu posso pensar
em me doer mais
nos braços dos homens
de barbas bonitas
No intuito da noite valer a pena
Ou o poema
Você não quer mais
falar comigo
e esse desmazelo perfura
Eu não consigo mais chorar
nem cortando cebolas
Minha incredulidade está
abrangendo meu mundo
Você é o pérfido o sujo o vil
Refletindo melhor
acho que você
Só consegue gostar
de si mesmo
Deve se masturbar
em frente ao espelho
Para concretizar sua devoção
Não sei como vou reagir
quando lhe enxergar por aí
Mas que Deus me ajude
a fazê-lo se sentir
desprezado
Como eu me sinto hoje
De mim você não terá
nem educação
Se eu te avistar na rua
trocarei de calçada
Não me sorria mais
Pois eu já descartei
essa perdição
Gosto mesmo é do que inventei
Apenas peguei
sua imagem emprestada
e estou devolvendo agora.
Título: Adélia Prado
Você pode gostar
de outro homem
Que eu nem ligaria
Talvez você goste mesmo
de alguém
Porque sua vida pueril
não parece ter
significância alguma
Se você anseia por alguém
O tanto que anseio por você
Fomos programados
para doer
Você se dói
nos braços das moças
de pernas bonitas
Eu posso pensar
em me doer mais
nos braços dos homens
de barbas bonitas
No intuito da noite valer a pena
Ou o poema
Você não quer mais
falar comigo
e esse desmazelo perfura
Eu não consigo mais chorar
nem cortando cebolas
Minha incredulidade está
abrangendo meu mundo
Você é o pérfido o sujo o vil
Refletindo melhor
acho que você
Só consegue gostar
de si mesmo
Deve se masturbar
em frente ao espelho
Para concretizar sua devoção
Não sei como vou reagir
quando lhe enxergar por aí
Mas que Deus me ajude
a fazê-lo se sentir
desprezado
Como eu me sinto hoje
De mim você não terá
nem educação
Se eu te avistar na rua
trocarei de calçada
Não me sorria mais
Pois eu já descartei
essa perdição
Gosto mesmo é do que inventei
Apenas peguei
sua imagem emprestada
e estou devolvendo agora.
Título: Adélia Prado
sábado, 21 de maio de 2016
Se te pareço noturna e imperfeita, olha-me de novo. Porque esta noite olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
"Extasiada, fodo contigo
Ao invés de ganir diante do Nada."
Eu quero beijar sua testa
seus olhos, seu nariz
suas bochechas, seu queixo
sua boca
Quero beijar
cada pedacinho da sua face
Eu quero segurar seu rosto
entre minhas mãos pequenas
e vivenciar esse momento
no dedilhar sob sua pele
Eu vou assassinar seu olhar
mecanizado sobre todas as coisas
Para que possas me ver
sendo mais que uma mulher enfezada
De poucos atrativos
Perpetue em mim a comoção de ser vista
Tal como sou
e o nosso acaso esconde
Não me cortes
com suas vontades inomináveis
E seu erotismo destilado em álcool
Tu és eterno a partir de agora
Ninguém te descreverá como eu
Título: Hilda Hilst
11/05/2016
Ao invés de ganir diante do Nada."
Eu quero beijar sua testa
seus olhos, seu nariz
suas bochechas, seu queixo
sua boca
Quero beijar
cada pedacinho da sua face
Eu quero segurar seu rosto
entre minhas mãos pequenas
e vivenciar esse momento
no dedilhar sob sua pele
Eu vou assassinar seu olhar
mecanizado sobre todas as coisas
Para que possas me ver
sendo mais que uma mulher enfezada
De poucos atrativos
Perpetue em mim a comoção de ser vista
Tal como sou
e o nosso acaso esconde
Não me cortes
com suas vontades inomináveis
E seu erotismo destilado em álcool
Tu és eterno a partir de agora
Ninguém te descreverá como eu
Título: Hilda Hilst
11/05/2016
sábado, 14 de maio de 2016
Pedras, flores, abraços, acenos. Me roube. - uma letra no lugar certo mudaria tudo, um gesto também
Você quer mesmo ser
mais um dos homens
que escarraram no meu coração?
Estou sedenta por inspiração
Se você se desfazer de mim mais uma vez
pode ser que eu cultive um jardim
Noutrora, apedrejaria sua casa
Você prefere as putas ou as santas?
Transito entre as duas divindades
Posso me transfigurar no que quiser
Se eu ainda lhe quiser
Ah, minha alva criatura
Por que me põe tanto desatino?
Parece que pensa em mim no meio da noite
Porque acordo nas horas cinzas
e sinto vontade de sair para caminhar
Deixa-me descortinar suas cores
Mais à frente da brancura da sua tez
e seus olhos verdejantes
Deixa-me tê-lo
na delicadeza e fúria que sou capaz
Não queira vagar sorrateiro por aí
apenas por saber que em mim tem guarida
Naquela noite, eu disse não estar apaixonada
Mas na noite de hoje, não sei mais
Sei que me quer bem
mesmo que não mais me queira
Queria que hoje você dormisse bem
Mas hoje você não dorme, hoje você é da Noite
Que ela lhe cuide então.
mais um dos homens
que escarraram no meu coração?
Estou sedenta por inspiração
Se você se desfazer de mim mais uma vez
pode ser que eu cultive um jardim
Noutrora, apedrejaria sua casa
Você prefere as putas ou as santas?
Transito entre as duas divindades
Posso me transfigurar no que quiser
Se eu ainda lhe quiser
Ah, minha alva criatura
Por que me põe tanto desatino?
Parece que pensa em mim no meio da noite
Porque acordo nas horas cinzas
e sinto vontade de sair para caminhar
Deixa-me descortinar suas cores
Mais à frente da brancura da sua tez
e seus olhos verdejantes
Deixa-me tê-lo
na delicadeza e fúria que sou capaz
Não queira vagar sorrateiro por aí
apenas por saber que em mim tem guarida
Naquela noite, eu disse não estar apaixonada
Mas na noite de hoje, não sei mais
Sei que me quer bem
mesmo que não mais me queira
Queria que hoje você dormisse bem
Mas hoje você não dorme, hoje você é da Noite
Que ela lhe cuide então.
domingo, 8 de maio de 2016
Me afaga com mãos de papel, como se fosse impossível me escrever sem me tocar
Você se afogou nas águas do Laranjal, nas mesmas águas que estraguei meus fones de ouvido naquele dezembro gelado de alguns anos atrás. Você pisou com os pés firmes descalços na areia, e vislumbrou a profundidade abraçando seu corpo esguio de 1,90 de altura. Você não quis ser só o estudante de psicologia com as pernas tatuadas e que me inspirava poesia apesar da distância geográfica, você queria desaparecer, de Pelotas, do mapa, dos poemas, do meu coração. Porque você não era obrigado a nada. Mas você gostava de ser escrito por mim, como eu amei ter escrito você. Eu queria desaparecer, de Alegrete, do mapa, esquecer dos poemas e mastigar meu coração. Você ainda tem aquele bilhete que lhe deixei na biblioteca? Que eu dizia não ter mais tempo para ficar planejando desfechos para um único personagem, pois existem tantas pessoas lá fora que renderiam bons sonetos... Mas você, você me inspirou um livro todo. E eu passei a ter medo de mim.
Te escrevi mais de cem poemas, nos perdemos no meio deles. Você se afogou só pra saber se era de verdade. Um rapaz frustrado que fumava maconha todo o dia enquanto lia Foucault, Jung, Nietzsche, Freud e conversava com uma moça perturbada que só sabia falar sobre escritores malditos. Hoje você é um psicólogo, tenho certeza que ainda frustrado.
Eu continuo sendo a mesma moça escrevendo sobre caras estranhos que jamais serão você, meu João.
Título: Dançando na sarjeta (link- poema para joão)
Te escrevi mais de cem poemas, nos perdemos no meio deles. Você se afogou só pra saber se era de verdade. Um rapaz frustrado que fumava maconha todo o dia enquanto lia Foucault, Jung, Nietzsche, Freud e conversava com uma moça perturbada que só sabia falar sobre escritores malditos. Hoje você é um psicólogo, tenho certeza que ainda frustrado.
Eu continuo sendo a mesma moça escrevendo sobre caras estranhos que jamais serão você, meu João.
Título: Dançando na sarjeta (link- poema para joão)
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Na minha cabeça eu ainda não cansei de você
Estamos deitados
sem roupas
Escutando Billie Holiday
Na minha cabeça
Enquanto você ri
da loucura boa
que é estarmos juntos
Eu lhe conto como foi
a primeira vez que lhe vi
E a partir de quando
comecei a me sentir inquieta
quando você me via
Sem saber quem eu era
Na minha cabeça
você até já acendeu um beck
Logo após eu ter queimado inteira
Seguimos falando sobre coisas difusas
E eu tento em vão
não parecer confusa
Mascaro o quão esquisita posso ser
Quando me dedico a uma nova atração
Se eu lhe tornasse ciente
do quanto te adoro
você me lançaria à realidade
E Buk, sabia que,
tudo o que é belo
queima com a primeira luz de realidade
Na minha cabeça
Eu lhe compreendo
com sua boêmia
Com sua malandragem poética
E sei que por detrás
dos seus tons noturnos
Existe o homem só
Que não é feliz e nem triste
Mas que vive de exterioridade
harmonizando um copo na mão
Na minha cabeça
Você é sempre gentil
E educado por instinto
Ainda mais comigo
que lhe bordei um tapete de palavras
Na minha cabeça
Você supera o bêbado vulgar
com codinome mitológico
Só na minha cabeça,
você consegue ser mais.
sem roupas
Escutando Billie Holiday
Na minha cabeça
Enquanto você ri
da loucura boa
que é estarmos juntos
Eu lhe conto como foi
a primeira vez que lhe vi
E a partir de quando
comecei a me sentir inquieta
quando você me via
Sem saber quem eu era
Na minha cabeça
você até já acendeu um beck
Logo após eu ter queimado inteira
Seguimos falando sobre coisas difusas
E eu tento em vão
não parecer confusa
Mascaro o quão esquisita posso ser
Quando me dedico a uma nova atração
Se eu lhe tornasse ciente
do quanto te adoro
você me lançaria à realidade
E Buk, sabia que,
tudo o que é belo
queima com a primeira luz de realidade
Na minha cabeça
Eu lhe compreendo
com sua boêmia
Com sua malandragem poética
E sei que por detrás
dos seus tons noturnos
Existe o homem só
Que não é feliz e nem triste
Mas que vive de exterioridade
harmonizando um copo na mão
Na minha cabeça
Você é sempre gentil
E educado por instinto
Ainda mais comigo
que lhe bordei um tapete de palavras
Na minha cabeça
Você supera o bêbado vulgar
com codinome mitológico
Só na minha cabeça,
você consegue ser mais.
terça-feira, 3 de maio de 2016
Para ler escutando Creep do Radiohead
I wish I was special
You're so fucking special
But I'm a creep, I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here
You're so fucking special
But I'm a creep, I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here
Hoje você vai ganhar mais abraços do que comumente
Queria eu não sentir faíscas de ciúmes por issoSeu aniversário é hoje
(e em agosto,
quando lhe gerei nas entranhas do descabível)
Você vai se sentir amado, mas o dia acabará
Você é tão só e tão feliz com isso
Talvez seja o motivo de eu escrevê-lo
Que pena você ser do mundo
e de qualquer uma que lhe olhe com cobiça
Você só precisa de ar, pão e água
Posso trocar a água pelo vinho
Já que estou falando de Dionísio
Deus das festas e da loucura
Obrigada, pelo entorpecimento
Vou guardá-lo em minhas reminiscências
com o sabor de embriaguez e final de noite
Porque é só isso que lhe apetece ser
Feliz aniversário, querido
Lustrar seu ego
também é um prazer para mim
Um dia alcançarei a deidade
Beije minhas mãos e receba este poema
Enquanto me atenho na lembrança
dos seus olhos cintilando para mim no escuro
parecendo a última vez.
domingo, 1 de maio de 2016
Diz, qual é o tom desse verde dos teus olhos pra eu desenhar
Agora é diferente
É como se eu precisasse de você
para além da poesia
Eu peço com o meu coração nos dedos
que se você estiver lendo isso
e sentir algo bonito
Me procure
Comova meus dias
Estamos cercados
de pessoas mesquinhas
De pessoas que são só o que vemos
Você sofre a dor do mundo
E essa dor não sai no jornal
Eu sofro com a irrealidade que crio
e a minha dor é compactada em versos
Versos para você ler
e me admirar
Eu lembro das coisas que você me disse
mas você bebeu demais
Eu também, bebi tanto essa atração
até sentir vontade de escrever
esse coma poético-alcoólico
Não quero sensações fragmentadas
na casualidade
que você julga atraente
Se for me querer
Que seja enquanto eu ainda lhe quiser
Enquanto ainda me puser borboletas no estômago
só de me olhar no meio da noite
quando nos esbarrarmos alheios por aí
Seja minha casualidade recorrente
Pra eu ser mais
do que a mulher que lhe pôs em meras poesias.
Título: Ana - Mobem
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